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quarta-feira, 14 de maio de 2008
JUVENAL ANTUNES - VIDA, OBRAS, O GRANDE AMOR E SUA MORTE por Lúcia Helena, fonte www.vivieventos.blogspot.com
Informamos, com alegria e muita honra, a participação da escritora -LÚCIA HELENA PEREIRA - no site: www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br, atendendo convite do escritor e jornalista acreano - Elson Martins - editor do referido site.
A poetisa do Ceará-Mirim estará escrevendo toda a preciosa história do tio-avô: JUVENAL ANTUNES DE OLIVEIRA, num tributo à sua memória.
O Acre sempre reverenciou esse ilustre filho do vale verde, que viveu entre Rio Branco e vários municípios do Acre, por mais de duas décadas.
Já com o terceiro capítulo publicado no citado site, Lúcia Helena, cujo acervo juvenaliano é enorme, entre obras e manuscritos, vem divulgando o tio-avô desde 1997.
Dotada de extrema sensibilidade poética e sentido de preservação, ela guardou rico material deixado por sua avó paterna - Madalena Antunes (irmã e confidente de Juvenal - e por seu pai, Abel Antunes Pereira. Desde então, ela faz questão de trazer à luz, a riqueza poética do autor de mais de 500 sonetos, inclusive, dos seis ELOGIOS: Elogio da Preguiça, Elogio do Amor Livre, Elogio da Ignorância, Elogio de Laura, Elogio da Velhice e Elogio da Solidão, para ela, verdadeiras pérolas da literatura brasileira.
Conforme palavras da nossa amada poetisa, cronista literária e oradora: "Tio Juvenal jamais foi devidamente homenageado pelo Rio Grande do Norte, salvo pela obra de Esmeraldo Siqueira - "O inolvidável Boêmio", por Veríssimo de Melo em crônicas, por Ticiano Duarte que ocupou a cadeira nº 35 (pertencente a 3 grandes nomes, inclusive de Juvenal), da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, por artigos publicados e livros de Nilo Pereira, referências e pesquisas pelo escritor Franklin Jorge Roque, pelo folclorista e genial Luís da Câmara cascudo (amigo de vovó Madalena), pelo ex-prefeito de Rio Branco / Acre - Dr. Jorge Kalume, Dr. Cristiano Alves de Castro, entre outros, como é o caso do jornalista e escritor ELSON MARTINS. Esse ilustre jornalista vem divulgando a obra do tio Juvenal e tem sido cheio de gentilezas comigo, admitindo ser o meu trabalho, um grande acréscimo para a literatura brasileira. No Acre, Juvenal Antunes é conhecido e aplaudido com praças em seu nome, ruas, colégios, palestras, exposições de trabalhos, monumento de Juvenal na Fundação Cultural de Rio Branco, em novelas (O CLONE) pela escritora e romancista acreana, Glória Perez e, mais recentemente, interpretado por Diogo Vilela ,na mini-série Amazônia (da autoria da novelista referida)".
Boa parte do material, com que Lúcia Helena vem trabalhando, é inédito. São páginas manuscritas pelo poeta da Preguiça, cuja letra, muitas vezes de difícil leitura, exige o uso de uma lupa. E ela segue a jornada, debruçada sob as páginas do passado desse poeta -rigorosamente parnasiano- que nasceu no engenho Oiteiro, em Ceará-Mirim...
"e, assim, Madalena, daqui do Acre vou revivendo as paisagens do nosso rico vale. As oitiçicas e juremas nos caminhos; os jumentos transportando cana-de-açúcar pelos cambiteiros; os bueiros dos engenhos baforando o cheiro do mel pelo ar...
Revejo, com estranha emoção, Vicente, Abel, Ruy e o primo Zico (parecendo tristes sacristãos da Matriz), em seus primeiros ternos e sapatos brilhosos, as gravatinhas borboletas surradas, de segunda-mão, dos nossos tios e primos...Tudo tão verdadeiramente inocente!
Oh! Madalena, um tempo bom, já começando a querer desaparecer (por aqui já tem até moça usando decotes ousados e os lábios vermelhos (como as bicuaras saltitantes nas redes de pescar da nossa Muriú).
Nada poderá comparar-se, em beleza e poesia, ao nosso Ceará-Mirim e seus rios, com aquela musicalidade trazida pelo vento...
O seu requintado Luís, todo engomado, naquele belo e possante Ford, parando aqui e acolá, para despejar metade de um vidro de perfume francês num lenço...só para se exibir .
Oh! Dileta mana, como não chorar ao recordar tudo isso?
E Laura, tão jovem, cheia de vida e esperanças...
Ela tem sido a mais perfeita fonte de inspiração para os meus pobres sonetos. Ela é igual à lua com a intensidade do seu brilho, e ao sol, com a grandeza dos seus raios. LAURA é o próprio firmamento, é toda a real grandeza deste mundo...
Tu tens, Laura/ O sabor das uvas/ E o gosto d´água/ Das primeiras chuvas!
Pois bem, dileta mana, neste raiar de setembro de 1931, beijo tuas mãos liriais, mãos que tantas vezes me acariciaram . Como as minhas acariciaram Laura, que, derretendo-se como a garapa da rapadura, caía em meus braços...e eu mergulhva no inferno mais profundo, até chegar ao mais límpido paraíso - Abraça-te o mano Juvenal".
Para que os leitores possam apreciar a obra de tão especial do poeta Juvenal Antunes, visitem o site: www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br clicando em COLABORADORES, onde encontrarão a escritora Lúcia Helena Pereira (xiscada@hotmail.com).
"...Quanto poder, quando domínio encerra
Esse olhar de mulher por sobre a terra" (J.A. - "Como são os teus olhos, Laura" -?
"...Mas, a saudade que mais fere/ No entanto traz padecimento quase santo/ É a saudade que sinto/ quando de ti me ausento/ Esta, Laura, é a maior de todas as saudades"... (J.A - "As Saudades")
"Bendita sejas tu, preguiça amada,/ Que não consentes que eu me ocupe em nada./ Mas, queiras tu, preguiça, ou tu não queiras,/ Hei de dizer em versos, quatro asneiras/ Não permuto por toda a humana ciência/ Esta minha honestíssima indolência.../ (J.A. - Elogio da Preguiça")
Natal, 13 de maio de 2008 - homenageando o poeta (Juvenal Antunes) e a poetisa: ( Lúcia Helena Pereira).
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