sábado, 31 de janeiro de 2015

SARAUTERAPIA, 4A FEIRA, DAS 18H ÀS 21H, NO CRO/RN, RUA CÔNEGO LEÃO, TIROL

JANIA SOUZA E MARIA JOSÉ NO SARAUTERAPIA






Queridos amantes da Poesia, da Música, do Humanismo:

Tenham sempre bons dias com saúde e paz!

Em anexo, segue especialíssimo convite para sua participação numa série de SARAUS, em diversos locais e horários.

Um deles é uma terapia em forma de Sarau - o imperdível SARAUTERAPIA que, há 10 anos, tem ajudado a muitas pessoas.

A promoção é do CRO/RN, com produtiva parceria com a SPVA/RN - Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN, coordenação geral da SBDE - Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores e apoio da Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia, do Projeto Reviver e da Livraria Nobel.

Desfilam diversos estilos e tendências, onde poesia, música, causos são apresentados de maneira descontraída, de tal forma que não se vê o tempo passar...  

Um verdadeiro Oasis!

Venha participar desse verdadeiro banquete artístico-cultural e traga seus familiares e amigos.

Até lá então! Serão todos muito bem-vindos!

Convém chegar bem cedo, pois aumentam as chances de apresentação.

Os demais Saraus que também constam do anexo são atrativos e merecem comparecimento. Não se arrependerão!

Fraternal abraço de Rubens Barros de Azevedo



Presidente da SBDE  - Coordenador Geral.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

LIVRARIA NOBEL CONVIDA PARA LANÇAMENTO DE HAVANA, OBRA DE ALUÍZIO AZEVEDO





A Livraria Nobel Salgado Filho e a CJA Edições convidam para evento de lançamento do livro:

"HAVANA - Em Busca da Noite Perfeita"

Trabalho cuidadoso de produção, a nova ficção de Aluísio Azevedo Júnior está carregada de poesia e musicalidade.
Capa, projeto gráfico e diagramação de Tatiana Azevedo. Ilustrações do próprio autor. Arte-finalista convidado: Miguel Rude.
Orelhas adornadas por verdadeiras joias, com textos produzidos por Thiago Gonzaga e pelo Professor José Ferreira.
Apresentação do acadêmico Manoel Onofre Júnior.

QUARTA-FEIRA, 04/02/2015; 
A partir das 19 horas;
Na Livraria Nobel, evidentemente.
Avenida Salgado Filho, 1782 - Tirol - Natal RN
(Nas proximidades do Midway)

domingo, 25 de janeiro de 2015

BOLETIM DA CASA DO BEM POR FLÁVIO REZENDE

Boletim do Bem celebra as maravilhas que aconteceram em dezembro

O primeiro boletim do bem de 2015 apresenta as boas notícias de dezembro de 2014, quando a Casa do Bem ferveu com muitas atividades, festas diversas de todos os projetos, muitos presentes, doação de alimentos, roupas, utensílios domésticos, enfim, um verdadeiro festival de bondades que foram possíveis graças a doações diversas que chegaram da Nutriday, Hospital Infantil Varela Santiago, Refine Refeições, Gustavo, nosso super herói, dos samaritanos, de Marília Porpino, Michel Pinheiro, Marcel Vital, Célia, nossa voluntária da brinquedoteca, Rio-grandense Distribuidora de Alimentos, Multdia, Consórcio Eldorado, Instituto Juvino Barreto, Banco de Alimentos da Prefeitura da Cidade do Natal, Andrezza Holanda, AFABB, professor João Caetano e alunos da UNI-RN, alunas de Arquitetura da UnP, vários outros anônimos que ajudaram nos eventos de Natal do professor William do Karatê, dos idosos da professora Ana Ligia, aproveitando para agradecer apoio anual da vereadora Eleika Bezerra para este projeto.

Somos gratos ainda as grandes ajudas do ano como a Uniodonto que fornece tratamento dentário para diversos jovens, ao Dr. Sérgio Azevedo, Jorge Rezende, Savim Brasil, Fernando Bezerra, Shopping Cidade Jardim, Rede de Postos São Luiz, Seturn, Potigas que ajuda nossas atividades esportivas, doadores que depositam em nossa conta mensalmente, empresas que ajudam eventualmente e pessoas também, agradecemos aos que ofertaram confraternizações como a Pizzaria Fratelli Natal, restaurante Marenosso e o Dom Cervantes do alma boa Carlos Sérgio Moura.

Registramos ainda que a voluntária Maria Aparecida se vestiu de mamãe Noel e fez a alegria das crianças entregando alimentos em Mãe Luiza; agradecemos aos alunos do curso de arquitetura da UNP que realizaram trabalho de pintura nas paredes da Casa do Bem e recreação com crianças; a Mystery que fez gloriosa apresentação no TCP orgulhando parceria que temos; ao  
SETURN que vai lançar calendário com instituições sociais de Natal e abre espaço para divulgação de trabalho da Casa do Bem.
Informamos ainda que um grupo de 50 jovens participaram do Projeto Música no Ar no Teatro Riachuelo e curtiram o show da Talma, Gadelha e Wanderleia através da alma boa Nathalia.
Agradecemos a AIESEC pela parceria em 2014 e pelos voluntários intercambistas que desempenharam valoroso trabalho em nossa instituição. Lembramos que jovens de Mãe Luiza participaram do Muay Thai do BEM passando no exame de graduação com Mestre Hélio Fidelis no centro de Parnamirim, coordenado por nossas instrutoras Sara Stênia e Janaina Guerreira.

Futebol foi destaque
Destacamos grande festa do futebol, parceria com o Centro Desportivo Mãe Luiza e Centro Comunitário, projeto que atende mais de 300 jovens em diversas categorias, com voluntários valorosos e focados no bem, além de alimentação fornecida pela alma boa Patrícia Lucena e sua Refine Refeições e apoio da Potigas e do empresário Fernando Bezerra.
No futebol destaque para Junior e sua equipe que faz os jovens participarem de vários eventos e alguns já encaminhados para a base de grandes times.

Vários outros registros foram perdidos e por eles pedimos desculpas, mas o bem foi feito, muitas cestas básicas entregues, inclusive umas de um grupo de jovens de Angicos, grupos, pessoas, foram até a Casa do Bem para dar contribuição a esta corrente do bem.

Apesar das dificuldades e da possibilidade de ter repassado projetos sociais para gerência de outro grupo, Casa do Bem voltou atrás e decidiu apostar no futuro e na ajuda da sociedade. A aposta ainda não rendeu frutos, a ajuda continua fraca, até diminuiu mais tornando uma interrogação nosso futuro, mas estamos indo e apostando que algo vai acontecer e possamos seguir fortes em nosso propósito de fazer o bem, sem olhar a quem.


Precisamos de ajuda, não temos telemarketing, motoqueiro e nem boleto, toda ajuda chega através de depósito em nossa conta no Banco do Brasil – 26847-X – agência 1668-3 – nosso CNPJ para depósitos de outros bancos 07.535.041.0001-21.
Ajuda também através do site www.casadobem.org.br que tem um link com o pagseguro que pode ser feito através de cartão de crédito ou boleto.
Temos ainda o www.edonators.com que contém maneiras de nos ajudar.

Estamos de recesso e voltaremos em fevereiro.

Grato e todos e muita luz,

Temos Facebook, TT e instagram
inf.3202-3441 – 9612-8300

 CONVITE

A Casa do Bem informa que será homenageada junto a outras entidades no evento -  VOCÊ E A PAZ, recebendo tal honraria das mãos do orador espírita Divaldo Franco - 60 anos no RN, por contribuir para a paz por meio de ações em benefício da Fraternidade Universal.
O evento vai ser sábado agora, às 17h, no estacionamento do Centro de Convenções de Natal, numa promoção da Federação Espírita do RN.
Convidamos todos que curtem a Casa Do Bem e as outras entidades que vão ser homenageadas são: Proed, Lar da Vovozinha, Centro Espírita Irmãos do Caminho - CEIC, Lar do Ancião Evangélico, Casa do Menor Trabalhador, Aldeias Infantis SOS e o Projeto Acalanto.
Vai ter show com Nando Cordel.





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Casa do Bem - Ajude a manter!
Participe de nossas ações humanitárias - www.casadobem.org.br
Inf.  3202-3441 - 9612-8300

EXPOSIÇÃO EM HOMENAGEM AO MÉXICO - POETAS E ESCRITORES COMPROMETIDOS COM A VIDA - ISLA NEGRA JANEIRO-FEVEREIRO 2015 - FRENTE A CASA DE PABLO NERUDA






¿POR QUÉ, MÉXICO?

 
Un obra más que pueden compartir y que estará en exposición en Isla Negra frente a la Casa de Pablo Neruda.
 
La obra ya forma parte de la Biblioteca de la Casa de Pablo Neruda y viaja desde Isla Negra a México para ser presentada en diferentes lugares del país Azteca.
 
Se adjunta el diploma de participación para imprimir y agregar el nombre a quienes hayan participado.
 
 
Abrazos
Alfred Asís
 
 
SON USTEDES DIGNOS DEL MÁS SIMBÓLICO ESTANDARTE DE LA PAZ
Y EL COMPROMISO SOLIDARIO POR LAS CAUSAS JUSTAS QUE VAN EN BENEFICIO DE LA HUMANIDAD...
127.- Adelfa Martín, México
182.- Alberto Carrillo, Buenos Aires, Argentina
9-44-87-100.- Alfred Asís, Isla Negra-Chile
176.- Amir Ibn Tawfik, Líbano
73.- Ana Cuadra Hernández, Suecia
230.- Ana Maria Felix Garjan, Brasil
129.- Ana María Galván Rocha, México
191.- Ana María Garrido, Argentina
210.- Ana Unhold Argentina
251.- Antonio Goicochea Cruzado, Perú
185.- Antonio Oxte León, México
195-219.- Antonio Ruiz Pascual, España
172.- Aratan Julio Piovesan, Brasil
100.- Aury Yobera Sobrino, Perú
37.- Benjamín Araujo Mondragón, México
126.- Brander Alayo Alcántara, Perú
180.- Brenda Bernal Sánchez, México
61.- Byron Javier Picado, Nicaragua
29.- Carlos M. Valenzuela Quintanar
170.- Cássio Cavalcante, Brasil
31.- Cecilia Ortiz, Argentina
209.- César Tellería Oliva, Argentina
190.- Charalampos Dimou, Atenas-Grecia
245.- Clevane Pessoa, Brasil
119-123 + 252 al 256.- Cristina de la Concha, México
69.- Cristina Labat, Paris Francia
171.- Daniel Cubas Romero - Lima –Perú
173.- Daniel de Cullá, España
248.- Danilo Sánchez Lihón, Perú
135.- Edda Ottonieri de Maggi, Argentina
211.- Edgardo Palacios, Argentina
246.- Eliana Florez Pineda, Colombia
40.- Elías Almada, Argentina
125.- Elisabetta Errani Emaldi, Italia
218.- Elisa Barth, Argentina
17.- Elisa Golott, Santiago de Chile
216.- Elisa Logan, Honduras
215.- Erandy Alejandra, México
33.- Eric Cobas, Cuba
220.- Ernestina Ramírez Escobar, México
102-116.- Ernesto R. del Valle/ Cuba-EUA
203.- Ester Monke de Miramar, Buenos Aires-Argentina
70.- Fausto Antonio Aybar Ureña, República Dominicana
81-92.- Fidel Alcántara Lévano, Perú
51.- Gilberto Nogueira de Oliveira, Brasil
110.- Gloria Trejo. México/USA
115.- Guillermo Bazán Becerra, Perú
163.- Héctor Asensio Duque de Heredia
24.- Higorca Gómez, España
63.- Hilda Irene Villa, Argentina
49.- Issa Martínez Llongueras, México
206.- Iván Pável Vera Román, México
154.- Ivonne Concha Alarcón, Chile
25.- Ivonne Gordon Carrera, Chile
191.- Jackeline Barriga Nava, Bolivia
149.- Jaime Zamorano Ramírez, Chile
227.- Jania Souza, Natal/RN – Brasil
139.- Javier Delgado Benites, Perú
147.- Javier Dicenzo, Argentina
11.- José Hilton Rosa, Brasil
120.- José Lissidini Sánchez, Uruguay
94.- José Luis Gallegos
158.- José Santana Prado, México
136.- José Santiago, España
10.- Juan Fran Núñez Parreño, España
54.- Juanita Conejero, Cuba
86.- Juan Rodríguez Jara, Perú
213.- Julian Marcos Coello Cabrera, España
130.- KBgala Gala, Angola
64.- Laura Virginia Fernández, Argentina
47.- Lazara Nancy Díaz García
156.- Leomária Mendes Sobrinho, Brasil
167.- Leticia Luna, México
194.- Lidia Funes Bustelo, Mendoza-Argentina
28.- Lidia Leticia Risso, Argentina
117.- Lidia Vásquez Ruiz, Perú
157.- Lilia Gutiérrez Riveros, Colombia
19-59.- Liliana Silvia Morello, Argentina
26.- Lilian Viacava, Uruguay
32.- Lisandra Cabrera Rodríguez, Cuba
60.- Lucero Balcazar, México
175.- Luciene Passos Pires, Brasil
134.- Luis Alberto Ambroggio, Argentina
112.- Luis Paulino Figueroa Guerrero, Bolivia
122.- Mabel Coronel Cuenca, Paraguay
18-88-201.- Magali Aguilar Solorza, México
65.- Ma. Gloria Carreón Zapata, México
187.- Ma. Marisol Giorno, Venezuela
88-164.- Magali Aguilar Solorza, México
74.- Maia de Melo Lopo, Portugal
142.- Maida Regalado Rodríguez, Cuba
58.- Maigualida Pérez González, Venezuela
140.- Mamadou Bittey Ndiaye, Senegal-EEUU
68.- M° Cristina Guerrero Sandoval, Chile
35.- Mara L. García, Perú-EEUU
223.- Marcela Saldaño, Chile-Francia
162.- Marcia OttavianI, México
166.- Marden Nóchez, Honduras El Salvador
183.- María del Carmen Perera, Cuba
208.- María del Carmen Tenllado, España
242.- María Elena Solórzano, México
55.- María Haydee Rey, Argentina
169.- María Isabel Galván Rocha, México
181.- María Luisa Mayorga Sánchez, México
214.- María Mercedes Aparicio, El Salvador
160.- Marianela Puebla, México
131.- María Teresa Casas Figueroa, Cali, Colombia
145.- María Urbina. Maracay, Venezuela
108.- María Victoria Márquez Alcalde, Chile-Perú
43.- María Victoria Martínez Martínez, Colombia
38.- Marisa Aragón Willner, Argentina
233.- Mario Fuenzalida, Mendoza-Argentina
243.- Marta Palacio, Argentina
245.- Marta Prono, Argentina
238.- Mary Guzmán, México
107.- Marysol Salval, Chile
22.- Mercedes Dueñas Ballesteros, España
46.- Migdalia Fernandez Mariño, Cuba
91.- Miguel Dardo Coronel, Argentina
83.- Moisés H. Cortés Cruz, México
207.- Myriam Rosa Méndez González, Cuba
66.- Myriam Teresa Mena, Argentina
76.- Nieves María Merino Guerra, España
42.- Ninfa Duarte, Paraguay
165.- Norberto Calul, Argentina
143.- Omar Ríos G. Cuba
75.- Orlando Ordóñez Santos, Perú
153.- Pablo Ramón Cabrera Roa, Paraguay
217.- Pedro Antonio Segura, España
151.- Pilar Ayala, México
99.- Praxedis Magón, México
52-106.- Raquel Rueda Bohórquez, Colombia
102.- Rene Cordova, México
71.- Ricardo Arregui Gnatiuk, Argentina
234.- Rigoberto Ipanaqué, Perú
13.- Robert Allen Goodrich Valderrama, Panamá
121.- Roberto Bianchi, Uruguay
244.- Rozelene Furtado de Lima (Teresópolis-RJ- Brasil)
146.- Rossana Emaldi, Italia
90.- São Gonçalves, Portugal
15.- Silvana R Marchese, Argentina
204.- Soledad Benages Amorós, España
226.- Susana Beatriz Guaglianone, Buenos Aires, Argentina
27.- Teresa del Valle Drube Laumann, Argentina
41-236.- Trina Leé de Hidalgo, Venezuela
62.- Valter Bitencourt Júnior, Brasil
55.- Varenka de Fátima Araújo, Brasil
225.- Venancio Castillo, Venezuela
137.- Wanda Margarita Lluveras Gómez, Puerto Rico
128.- Washington Daniel Gorosito Pérez, Uruguay-México
188.- Wilfredo Dorador Astudillo, Chile
98.- Wilfrido Velázquez Gómez, República Dominicana
193.- William Baccino, Funes-Argentina
179.- Xico González C/S, Aztlán
118.- Ximena Gautier Greve, Chile-Francia
45.- Yabel René Guadarrama Rivera, México
231.- Yamile Aisa Quiroz Quiroz, Gitanamora-Colombia
187.- Yamily Falcon Sarkis, México
177.- Yrasema Esther López, Argentina
147.- Yulaidis Rodriguez Batista, Cuba

ANNA CASCUDO: UMA BONDADE QUE POUCOS CONHECEM POR ANDRÉ VALÉRIO SALES

Anna Cascudo: Uma Bondade que Poucos Conhecem


André Valério Sales
Escritor e Assistente Social em
Arez/RN, seu confrade na UBE/RN.
1.      Introdução:

            Este meu escrito tem o objetivo de fazer uma ode à minha amiga Anna Maria (Cascudo-Barreto), post-mortem, e citar um ou dois casos que vêm a demonstrar sua bondade, enquanto mulher, poderosa, escritora, acadêmica da ANL/RN, etc., e filha dileta de Luís da Câmara Cascudo.
            Ou seja, pelo nome do pai, espera-se que a filha única, mulher (ele também teve Fernando Luís), tenha seguido o caminho de seu pai: um homem de coração enorme, que cabia várias pessoas dentro; uma afirmação que é verídica para quem conhece profundamente a sua biografia.
            Minha amizade de 10 anos com Anna Maria só me provaram que seu coração era enorme, no sentido de caberem em sua afeição pessoas ricas ou pobres, tal como Cascudo, o pai, e que ela era uma pessoa extremamente boa, generosa.
            Lembro que a tradição nordestina é não falar mal dos mortos. Mesmo assim, como uma repetição dos escritos de outros autores que com ela tiveram a sorte de conviver, e escreveram já sobre a pessoa de Anna Maria, como o amigo Eduardo Gosson, decidi que deveria deixar também escrito meu depoimento sobre ela, procurando, de alguma forma, imortalizar quem já era “imortal” (por ser Anna Maria membro da Academia de Letras do RN, além de mais outras 5 ou 6 Academias espalhadas pelo Brasil).

2.      Citações aleatórias sobre a bondade de Anna Maria:
Tenho tantas coisas boas para dizer (e escrever) sobre minha amiga Anna Maria, que nem sei por onde inicio...
Primeiro: alguém vendedora de uma loja, um dia me disse que não gostava do jeito de Anna, de se dizer filha de Câmara Cascudo, talvez para ser melhor atendida naquele lugar!
            Quem conheceu Anna Maria sabe que ela amava vestir roupas confeccionadas por bordadeiras nordestinas, inclusive bolsas simples, feitas de tricô (como a que ela usou em meu primeiro lançamento de livro.
            Quero afirmar com isso que certas pessoas, alheias à vida cultural do Estado, atendiam Anna Maria sem nem sonhar que ela era uma pessoa tão importante, e nem pertencente às classes baixas ou médias. Como poderosa que sempre foi, Anna Maria, mesmo vestida de modo simples, tal como era de seu feitio, gostava, obviamente, de ser bem tratada nas lojas por onde andava, como qualquer pessoa, seja comprando, seja apenas olhando as coisas diferentes às quais poderiam agradar ao seu gosto por compras.
Minha crítica a estas pessoas é que elas não compreendiam: nem a simplicidade modística de Anna Maria, nem a reconheciam como uma dama da alta sociedade natalense, digna de respeito, em todos os lugares por onde passava, e minimamente em uma loja de roupas, a ser tratada como qualquer outra natalense, independente da verba que carreguem em seu bolso para gastar com roupas e acessórios!
Deus há de perdoar quem cometeu tais des-educações com minha amiga, ou até mesmo, comigo. Independente de minhas roupas, sou muito bem tratado em joalherias que frequento (e gasto dinheiro), tanto em Natal como em João Pessoa, onde morei, onde fiz Mestrado e cheguei a lecionar na UFPB.
Segundo: conheci Anna Maria Cascudo-Barreto dentro do Supermercado Nordestão, onde ela fazia suas compras, na Cidade Alta mesmo, perto de sua mansão, em Petrópolis (eram cerca de dez horas da manhã).
Há dez anos, naquele momento de compradoras de coisas miúdas, vi Anna Maria sentada em pleno supermercado, como uma idosa, e recebendo “vivas” de alguns frequentadores que a reconheciam. No pouco tempo em que a esposa de um Coronel lhe felicitava (não sei quem era a senhora), logo reconheci que ali estava uma pessoa que não gostava de ser assediada, como uma atriz de TV.
Dez minutos depois, me apresentei: – Sou André Sales, venho do Instituto Histórico, Antonieta me ensinou onde fica sua casa e eu estava indo para lá, com a intenção de pedir que a senhora prefaciasse um livro meu (no caso, meu terceiro livro: Câmara Cascudo e seu compromisso com a classes populares).
Ela não só me recebeu muito bem, em plena balbúrdia do Nordestão, quanto aceitou ver o livro, e assim, marcamos para outra hora. No entanto, quando ela me disse que morava mais de vinte andares acima do chão, num lugar que dava pra ver a cidade toda, lá de cima (lindo!), meu medo de altura falou mais alto, e eu desisti, marcando o encontro para outra oportunidade.
No dia combinado, não consegui subir ao seu apartamento/mansão, nem a pé, como tentei (no oitavo andar minha cabeça começou a rodar), nem de elevador (um primor, coisa de primeiro mundo!). Generosamente, Anna Maria desceu da tranquilidade de seu lar, e veio me atender: um escritor iniciante, ainda que premiado, mas, um verdadeiro abuso de minha parte (neste dia ela já me presenteou com suas memórias cascudianas: O Colecionador de Crepúsculos, de 2003). Porém, ela compreendeu plenamente meus medos e desceu para me atender. Uma pessoa desconhecida, e pobre!
O resultado foi o melhor Prefácio que, eu acho, Anna Maria já escreveu. 1) porque ela fala de seu contato com os ditadores civis-militares de 1964 (além de citar seu pai), e, 2) porque ela se deu completamente ao seu texto. Não omitiu nada, e, ao contrário, lavou a sua alma em relação a este assunto tido historicamente como “tabu”. Besta quem não leu o texto...
***
Daquele dia, em 2006, há dez anos, Anna Maria prefaciou, de graça, com todo o carinho e bondade, seis de meus oito livros publicados, sempre emparelhada com a Antropóloga Maristela Andrade, Doutora pela Sorbonne, Paris III (um outro Prefácio foi obra de Enélio Petrovich, in memoriam, e outro, do amigo Cláudio Galvão, de ascendência arezense, professor Emérito da UFRN).
Não sei se no Hospital Anna Maria teve o prazer de ver mais um Prefácio seu publicado por mim (o último livro meu. E parei...). Este oitavo livro fala sobre os costumes judaicos no Brasil, e em Arez/RN, e por curiosidade própria, sei que Anna Maria amou tratar do assunto, ela que foi na Península Ibérica passear, recentemente, ao mesmo tempo em que foi atrás de suas raízes, talvez judaicas. Resultado: nada indica que a família Freire, advinda do Desembargador Teotônio Freire, seu avô materno, tenha vínculos com os judeus.
Há dois anos, liguei para Anna Maria e ela estava nos Emirados Árabes, em Dubai. Antes, esteve na Península Ibérica, como citado.
Ano passado (2014), cheia de alegria, ela me disse que foi em Paris, na França, simplesmente passear, na companhia de seu filho único, Nilton Cascudo, além de Daliana e Camila. Ela me disse que amou a viagem, o passeio, e revelou que Niltinho lhe foi uma companhia maravilhosa.
Diga-se de passagem, conheci primeiro, antes de todos, Nilton Cascudo, em seu expediente no Memorial Câmara Cascudo. Em minutos, há mais de dez anos, Nilton me deu uma verdadeira aula sobre o movimento dos indígenas entre Arez e outras paragens potiguares, demonstrando conhecimento profundo sobre a obra de seu avô, Luís da Câmara Cascudo. Para mim, Nilton, Daliana e Camila, têm o mesmo peso, se se comparassem os três em termos de inteligência e conhecimento em relação à obra de seu famoso avô.
Segundo minha maneira de ver e ouvir as pessoas, tanto Daliana Cascudo, com sua imensa inteligência e conhecimento sobre Câmara Cascudo, quanto Nilton e Camila são igualmente imbatíveis. Como biógrafo, escritor, amigo de Anna Maria, etc., que sou, avalio que Nilton Cascudo se me revelou ser mais uma sumidade no tema.
***
            Finalizando meu pequeno texto, de reconhecimento e agradecimento, quero relembrar da segunda vez em que tive coragem de subir os mais de vinte andares onde fica a mansão de Anna Maria (afora a primeira vez em que ela desceu para me ouvir): da primeira vez que a coragem me deixou e subi, sempre às oito horas da manhã, morrendo de medo dos mais de vinte andares, ela me ofereceu café, bolo, pão, etc., e eu, sem pensar, lhe disse des-educamanete: – Anna Maria, não me alimentei em casa, em Arez. Obrigado pelo café, mas gosto de comer no breakfest ovo, queijo de coalho frito, etc. Foi apenas um comentário.
            Somente um amigo confessa isso um para o outro...
            Demorou para eu ir, de novo, na mansão de Anna Maria, mas, da outra vez, não é que ela lembrou e, antes de me atender, de manhãzinha, a cozinheira me trouxe pão com ovos, bolo, café, e queijo de coalho frito e crocante?
            Essa é uma pessoa generosa ou não? Eu, um simples escritor e pobre. Ela me deixou feliz com sua lembrança, com sua memória prodigiosa, com seu amor aos que penam por ser alguém nesta vida!
Por tudo, por seis Prefácios de meus humildes livros (três deles esgotados), cada um com sua novidade da família Cascudo: obrigado Anna Maria Cascudo Barreto, Deus lhe pague.
Deus lhe pague pelos livros que você generosamente me deu, sempre os mais caros da coleção Cascudo, às vezes, em dinheiro vivo, para que eu os comprasse, sem mencionar seu nome, sua ajuda.
Peço a Deus que um dia nos encontremos de novo. Agora, só no céu. Juro a você que vou ser uma pessoa boa o bastante, generosa como você, para ter o prazer infinito de lhe encontrar lá, onde você está, no céu, junto com Deus!


Arez/RN, 21 de janeiro de 2015.

OS CABOCLOS DE CARAÚBAS POR TOMISLAV R FEMENICK

OS “CABOCLOS DE CARAÚBAS”
Tomislav R. Femenick – Da diretoria do IHGRN. Mestre em economia, com extensão em sociologia e história.

O agrupamento de pessoas conhecido como “caboclos de Caraúbas” é formado por descendentes de Francisco de Souza Falcão, tenente-general português que chegou a Caraúbas por volta de 1745, trazendo uma carta de sesmarias (título de propriedade que os reis de Portugal davam aos novos povoadores) que lhe dava direitos sobre as terras da região. Vindo da cidade do Cabo, em Pernambuco, com familiares e alguns agregados ele se instalou às margens do Riacho das Carnaubeiras, um afluente do rio Apodi, onde formou uma fazenda de gado, origem da cidade de Caraúbas.
A família Souza Falcão exerceu a liderança política e econômica do lugar, até quando as perdeu para os Fernandes Pimenta. Desde então os seus descendentes passaram a viver nas localidades Pedras, Retiro, Baixa Grande, Defuntos, Cachoeira e, principalmente, Mirandas, vivendo com um mínimo contato com outras pessoas que não os do seu grupo. Hoje esse isolamento está quebrado e os “caboclos” se miscigenaram com os outros moradores da região, subsistindo apenas na tradição de alguns pequenos grupos.
Como resultado desse isolamento (enquanto houve) e dos casamentos endogâmicos (entre familiares), alguns deles apresentavam atrofia nas juntas ósseas, membros superiores bem maiores do que o normal, bem como alterações nas articulações das palavras e pouco desenvolvimento cognitivo. Na segunda metade do século passado foram registrados alguns casos mais graves de anomalias físicas, inclusive um de hermafroditismo.

POR HERANÇA OU POR TOPONÍMIA?

Subsiste um aspecto a ser resolvido. Talvez baseadas no fato de que a palavra “caboclo” designa um individuo nascido da união de índios e brancos, algumas pessoas dizem que os “caboclos de Caraúbas” são descendentes de índios, chegando a identificar na sua linhagem Felipe Camarão, o índio herói nacional da resistência à invasão holandesa.
Todavia, os próprios “caboclos de Caraúbas” não se identificam como tal e atribuem essa designação ao fato de seus ancestrais serem provenientes da Cidade do Cabo. Para complicar mais ainda essa problemática, no Município de Caraúbas e nos que ficam em seu entorno há uma grande população autenticamente resultado da miscigenação de índios com brancos, notadamente nos sítio Cachoeira e Apanha-Peixe.

PESQUISA ESTÁ ESPERANDO PUBLICAÇÃO
           
As primeiras pesquisas científicas sobre os “caboclos de Caraúbas” foram desenvolvidas em 1967, pelos departamentos de antropologia cultural, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mossoró, e de sociologia, da Faculdade de Serviço Social de Mossoró, então faculdades isoladas, antes da formação da Universidade Regional do Rio Grande do Norte, a atual Universidade Estadual do Rio Grande do Norte.
Na época desses estudos existiam cerca mil pessoas nos agrupamentos dos “caboclos”, que viviam em uma pequena faixa de terra com aproximadamente 100 quilômetros quadrados. Semianalfabetos, não recebiam nem visitas dos políticos nas épocas de campanhas (aos analfabetos não era dado o direito de voto); muito menos recebiam qualquer assistência dos governos.
            A pesquisa pioneira das faculdades mossoroenses não chegou a ser publicada na época de sua realização. Consta que foi “requisitada” pelas autoridades militares; vivia-se o tempo da ditadura militar. De lá para cá, diversos estudos já foram publicados sobre os “caboclos de Caraúbas”, entre eles os de autoria de Maria Consuelo Oliveira (1994), Raimundo Soares Brito (1999), José Nunes Cabral de Carvalho (1983), Susana Rolim Soares Silva, (2002), Marcos Roberto Fernandes Gurgel (2003), Marcos Roberto Fernandes Gurgel (2003), Roberta Borges de Medeiros Falcão (2005), entre outros.
Em 1964, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais chegou a manter uma escola que funcionava de sete da manhã até a noite. Ali eram ministradas aulas para cerca de cinquenta alunos. Na época em que os estudantes e professores coletaram dados sobre a povoação, havia apenas uma pequena escola municipal, com menos de dez crianças matriculadas, pois não existem condições para acomodar um número maior de alunos.
Muitas pessoas do grupo jamais tinham visto um médico e, segundo declararam, até então nunca tinham recebido visita de nenhum profissional de saúde pública. Eram comuns casos de mortes causadas por uma simples dor. O mais velho dos caboclos possível de localizar tinha aproximadamente 80 anos, o que era um caso raro entre eles, pois a idade de sobrevivência média foi calculada em torno de trinta anos. De uma maneira geral não havia crime e eles não eram dados a bebidas alcoólicas. O maior número de morte de adultos era por suicídio, geralmente por enforcamento.
A atividade econômica era voltada para produção agropastoril, principalmente para o cultivo do milho, feijão e mandioca e criação de caprinos e ovinos. O trabalho era feito com ajuda mútua, no sistema de mutirão. Produziam farinha de mandioca, para o que dispunham de três bolandeiras. Todo o excedente de produção era vendido na feira de Caraúbas, aos sábados, ou em Mossoró; nesse caso via terceiros.

CONQUISTAS FUNDIÁRIAS E MELHORIAS

Pequenas, feitas de taipa e barro batido, sem espaços para entrada de luz e ventilação, baixas e sem higiene, assim eram as casas em que vivem os caboclos. No entanto, em uma delas foi encontrado um rádio de pilha, como sinal de contato com o progresso. Nessa casa, todas as noites eles se reuniam para ouvir musica e, surpreendentemente, as notícias sobre política.
Muito embora já tivessem sido os donos absolutos de toda a sesmaria de Caraúbas, nos anos 1960 eles não eram os proprietários das terras em que viviam. Eram poucos os que possuem títulos de domínio. No governo de Aluízio Alves, as terras dos caboclos foram desapropriadas com o objetivo de doa-las legalmente aos seus moradores, legalizando a situação de posse e domínio. Até 1967, trinta e cinco títulos já tinham sido entregues e mais e cento e cinquenta aguardavam o andamento da burocracia do Estado.
Quando do estudo realizado em 1967, o maior problema do núcleo era a falta de água, conseguida apenas em um açude ou em pequenas cacimbas. Às vezes era necessário que se andasse mais de quatro quilômetros, para se conseguir “algumas latas ou barris d’água”. Foram relatados casos de crianças que teriam morrido por falta de água.
O esforço para levar água a esse povo se iniciou em 1968. Foi um misto de festa e pavor. Uns corriam para perto e outros se escondiam longe. No entanto todos estavam curiosos e admirados com aquele monstro que se erguia para o ar. Para eles, era algo inexplicável. Essa cena aconteceu em um entardecer de meados de junho daquele ano, na terra dos “caboclos de Caraúbas”, quando ali chegaram dois caminhões, trazendo uma sonda que irá perfurar o chão para resolver um dos seus principais problemas: a falta de água.
A perfuratriz tinha sido prometida cinco dias antes por Dix-huit Rosado, então presidente do INDA-Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário, mas ninguém acreditava que ela fosse realmente para valer, pois, “nem era época de eleição”.

MÚSICA E DANÇA ATRAÍRAM A ATENÇÃO DE JORGE AMADO

O escritor Jorge Amado e a pesquisadora Eneida (Eneida de Villas Boas Costa de Moraes, ou simplesmente Eneida, como assinava seus livros), quando visitaram Mossoró em 1959, foram até Caraúbas conhecer e estudar os caboclos, principalmente o “samba dos caboclos”. Essa música e essa dança teriam se originadas no início do século XX, e serviram para comemorar a colheita, no mês de junho. Jorge e Eneida anotaram que o ritmo e a dança nada tinham com o samba propriamente dito, pois as mulheres arrastam os pés e os homens fazem acrobacias, numa coreografia que faz lembrar as danças ibéricas.
Na ocasião do estudo acadêmico, quase que já não mais havia a prática dessa tradição folclórica. Somente três homens e algumas mulheres sabiam dançar o “samba dos caboclos” e apenas um só homem sabe executar a música (em uma sanfona). Hoje há um movimento que tenta recuperar essa manifestação da cultura popular.
Em estudo mais recente, a antropóloga Susana Rolim Soares Silva, afirma que: “Na atualidade, pode-se perceber que tal expressão cultural consiste numa mistura de samba com danças juninas e é constituída basicamente por três passos: o Martelo, momento no qual os protagonistas, colocados lado a lado, pisam fortemente no chão; Cigana, quando os pares começam a rodopiar pelo salão, equilibrando-se um parceiro no outro na tentativa de se manterem de pé, e o Maracatu. Os instrumentos musicais que dão o tom da dança são: o triângulo, a sanfona e o pandeiro, entre outros”.
A religiosidade dos habitantes do núcleo dos caboclos é um misticismo voltado para uma antiga imagem de São Sebastião, existente na igreja matriz da cidade. Esse “santo” teria sido trazido para Caraúbas em 1750 (ou no final do século), quando foi iniciada a construção da capela que posteriormente foi transformada na igreja que hoje é a matriz da paróquia. Há alguns anos, os habitantes da cidade resolveram comprar uma imagem nova e levar o São Sebastião “velho” para outra capela. Os caboclos não deixaram, inclusive fazendo ameaças. No dia 20 de janeiro de cada ano, elas vão à cidade para acompanhar a procissão do santo “velho”.
A imagem nova, mais bonita, nem é olhada. O “santo” é o velho, para esses descendentes dos fundadores de Caraúbas, uma das maiores cidades da zona oeste do Rio Grande do Norte. Na festa de São Sebastião, “a cultura cabocla ganha maior visibilidade, legitimação e diferenciação em relação a outros grupos, sobretudo os caraubenses, embora estejam unidos pela religião, pela fé e pela tradição na família vinda de Portugal” – anda segundo Susana Silva.

Tribuna do Norte. Natal, 25 jan. 2015

ARTIGO: ANNA MARIA CASCUDO E EU POR EDUARDO GOSSON

ANNA MARIA CASCUDO BARRETO E EU
Por Eduardo Gosson (*)
As relações  entre  as famílias Gosson e a  Cascudo datam, pelo menos, de cinquenta anos e tem diversas nuances. A amizade começou com o lado da moda: as tias Hulimase e Jamyles tinham um atelier de costura onde Anna ia  buscar atualizações em moda. Veja o que diz a nossa amiga:
                                               Hulimase e Jamyles foram pioneiras em métodos até então desconhecidos dentre as elegantes da província. Tinham máquinas, mas abusavam da essência estilosa. (...) Anos se passaram, fiz vestibular,  tornei-me acadêmica de Direito .A moda girou, surgiram modelos diferentes. Mas  quando verifiquei  a velha bata que usaria no fórum da Ulisses Caldas voltei a procurar Hulimase (...) Lavagem  a seco, novas pregas, um laço displicente, a jovem  defensora da sociedade se sentiu a altura dos fotógrafos, das cidades vizinhas que documentaram a primeira mulher  atuando em Natal como Promotora de Justiça”.

Por ser uma pessoa múltipla, Anna Maria não ficou centrada apenas na sisudez do Direito; incursionou pelo Jornalismo  impresso (A República) e o audiovisual (TV-Universitária), mantendo uma coluna de variedades. Espírito jovial, estava sempre aberta  ao novo; gostava de estar perto da juventude.
 Após o término do seu Curso Superior, foi designada para a Comarca de São Gonçalo do Amarante/RN e lá chegando encontrou José Gosson como Juiz (ambos instalaram a Comarca). Veja o que diz Anna Maria:
“Fui profundamente feliz como a primeira Promotora de São Gonçalo do Amarante. Lá encontrei, como Juiz, JOSÉ GOSSON, irmão  de Hulimase. Fomos  companheiros de trabalho numa jovem Comarca. Recebemos  os primeiros títulos de cidadania e honra especiais. Poti, Iraci e  seus filhos me proporcionaram uma vida em família pela primeira vez longe de casa”.

Outra vez o destino promove mais um encontro entre nós; trata-se de  sua participação na reorganização da União Brasileira de Escritores – UBE-RN, em 2006, participando de todas as reuniões da entidade, e sempre dando boas ideias. Assim expressou-se Anna Maria:
                                              “hoje participo já como escritora e acadêmica da União Brasileira de Escritores na sua diretoria (foi a 2ª Vice-Presidente- biênio 2012-2013). Encontro Eduardo Gosson, poeta  e escritor, um batalhador cultural. Vejo-o  como a síntese  da família, naquilo que eles possuem de mais sólido. Seu sobrenome  significa  árvore frondosa em árabe. Ele é o somatório das virtudes adquiridas em terras brasileira”.

Quando  se  deu o processo sucessório dentro da UBE-RN para me suceder, após  seis anos (2008-2013) de intensas atividades,  ofereci o cargo de Presidente a ela. Com muita elegância declinou do convite uma vez que estava à frente de  outro projeto – a criação do Instituto Ludovicus, órgão para gerenciar e preservar a história  do maior escritor do Brasil – LUÍS DA CÂMRA CASCUDO.

Por último uma constatação positiva em sua  personalidade: Anna Maria Cascudo Barreto era muito  sincera e dizia o que pensava. Com certeza está no Céu porque Deus abomina a mentira e ama a Verdade. No livro do Apocalipse, capítulo  22,   versículo 15“Ficarão de fora  os cães e os feiticeiros, e os que  se prostituem, e os homicidas, e os  idólatras, e qualquer um que ama e comete a mentira”.
 (*) Escritor, presidiu a UBE por três mandatos.    

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

ANNA MARIA CASCUDO BARRETO, A DAMA DA LITERATURA POTIGUAR POR JANIA SOUZA

FOTO: ANNA MARIA CASCUDO BARRETO - INSTITUTO LUDOVICUS


     Estive viajando. Cheguei hoje e fui trabalhar. O escritor e poeta Eduardo Gosson esteve comigo e deu-me a triste notícia da partida da Dama da Literatura Potiguar. Meu coração ficou apertado. Havia um nó em minha garganta.
   Querida Ana Maria, tens minha eterna admiração e carinho. Aqui, foste o mais delicado lírio. Perfumaste com tua "finesse" e sensibilidade as letras potiguares. Deixaste pegadas de amor no livro da praia que espera os curiosos a sombra dos coqueiros para se revelar com carinho.
     Em nossos corações fica a saudade do teu sorriso acolhedor e iluminado, que foi se juntar a estrela maior da literatura potiguar, teu amado pai Câmara Cascudo, cujo nome zelaste para que permaneça permanentemente na memória do povo.
   Ó bela e suave gazela, continues teu suave e elegante caminhar entre as estrelas e com tua ternura, envies doces segredos nas pétalas das flores de laranjeira para deliciar os dias dos que ficam entre teus retratos e escritos, legados habitantes do Instituto Ludovicus.
   Fico com nossos breves e agradáveis papos na Academia Norteriograndense de Letras ou no Memorial da Justiça, enquanto aguardávamos o início de quorum para a reunião da União Brasileira de Escritores.
    Falavas de assuntos diversos, porém as lembranças coloridas faziam teus olhos brilharem e levavam-me a lugares encantados da tua afetividade.
    Gostavas da alegria, com a qual te ataviavas e em tua boca sempre havia uma palavra de entusiasmo, esperança e coragem. Dizias-me que não gostavas de negativismos e preferias companhias positivas, de seres de bem com a dádiva da vida.
       Amiga, boa viagem.
      Sei que já encontraste teus amados e corres feliz pelos campos verdes. És guiada mansamente pelas águas tranquilas segurando a mão do Bom Pastor.
      Saudades! Todos sentiremos. Dói. Dói muito. Mas sabemos que agora estás feliz pertinho dos teus amados: Camilo, Papai, Mamãe e todos que levaste no coração.
    Para você, a poesia das rosas hidratadas por uma tímida lágrima de despedida com o sorriso cúmplice da amizade.
      Nosso aplauso à essa mulher corajosa, guerreira, ousada, elegante no corpo e na alma que soube com seus passos escrever uma história digna e exemplar para a nação brasileira.
     Vás em paz, Dama da Literatura Potiguar, legaste-nos um enorme tesouro, a certeza de que tudo se pode, tudo se consegue, desde que seja feito simplesmente com a essência do amor.

Beijos.


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

CONVITE DO DR. RUBENS AZEVEDO




Queridos amantes da Poesia, da Música, do Humanismo:
Tenham sempre bons dias com saúde e paz!
Em anexo, segue especialíssimo convite para sua participação numa série de SARAUS, em diversos locais e horários.
Um deles é uma terapia em forma de Sarau - o imperdível SARAUTERAPIA que, há 10 anos, tem ajudado a muitas pessoas.
A promoção é do CRO/RN, com produtiva parceria com a SPVA/RN - Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN, coordenação geral da SBDE - Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores e apoio da Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia, do Projeto Reviver e da Livraria Nobel.
Desfilam diversos estilos e tendências, onde poesia, música, causos são apresentados de maneira descontraída, de tal forma que não se vê o tempo passar...  
Um verdadeiro Oasis!
Venha participar desse verdadeiro banquete artístico-cultural e traga seus familiares e amigos.  Até lá então! Serão todos muito bem-vindos!
Convém chegar bem cedo, pois aumentam as chances de apresentação.
Os demais Saraus que também constam do anexo são atrativos e merecem comparecimento. Não se arrependerão!
Fraternal abraço de Rubens Barros de Azevedo
Presidente da SBDE  - Coordenador Geral.


PROGRAMA  QUARTA  CULTURAL  - ANO 11
ð  SARAUTERAPIA  -  Terapia em forma de Sarau.
(Poesia, Música, Causos, Humanismo e muito mais!!!)
LOCAL:  Conselho Regional de Odontologia/RN - Rua Cônego Leão Fernandes, 619.
 Petrópolis - Liga  a  Av.  Rodrigues  Alves  à  Rua Mossoró.
 è PRÓXIMO:  07.01.15 - 1ª   quarta-feira do mês/ano- 18 às 21 horas     
Venha curtir conosco:  Convide amigos e parentes!
TODOS SERÃO SEMPRE MUITO BEM-VINDOS!  INGRESSO: Um abraço!
Apresentação:  SPVA/RN  -  Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN.
Coordenação Geral:  SBDE  -  Sociedade Brasileira de  Dentistas Escritores.
Estão  todos  convidados  também  para  os  seguintes  SARAUS

SARAU  DA  SPVA/RN
è PRÓXIMO: 31.01.15 - Último sábado - 17 às 19 horas
LOCAL:  Livraria   Av. Salgado Filho, defronte ao Hospital Walfredo Gurgel.

SARAU  DO  PROJETO REVIVER  
{Excepcionalmente, não haverá Sarau em  janeiro}                
è  PRÓXIMO  07.02.15 – 1º sábado - 15 horas  em diante
LOCAL: Av.17º Rosado,84 -COHABINAL/Parnamirim.Informações:8736.4561/9127.0460.

BOAS INFORMAÇÕES  SOBRE  LITERATURA, CULTURA  &  ARTE:  
Acessem: www  .vivicultura.blogspot.com   /  .espacodocordel.gmail.com (Acaci)  
.spvarn-culturageral.blogspot.com  /  .geraldaefigenia.blogspot.com / .franciscomartinsescritor.blogspot.com   /  .casadocordel.blogspot.com.br /
                      .janiasouzaspvarncultural.blogspot.com / .reviver2003.blogspot.com

.culturapauferrense.blogspot.com.br / Facebooks:  Ozany Gomes / Nobel Cultural.