domingo, 18 de maio de 2008

ARTIGO DO JORNALISTA FLÁVIO REZENDE, NATAL/RN

A MARAVILHOSA DIVERSIDADE DA VIDA



Por Flávio Rezende*



Acordei disposto a ter um dia movimentado e, cheio de boas energias, mergulhei no maravilhoso mundo que habitamos, com garra e muito amor no coração.

A caminhada sempre imanta em meu ser o doce frescor da brisa, amaciando os poros com uma leve e gostosa massagem natural. Bailando com o corpo firme e a mente sadia, por entre caminhos verdejantes, adiantei o passo, passando para outras etapas do dia, enveredando na selva de pedra por momentos de decisões diversas, sempre impregnado de bons pensamentos e decidido a obter êxito em momentos múltiplos do cotidiano.

E as portas foram se abrindo, os assuntos sendo encaminhados ou adiados, as pessoas sorrindo, os telefonemas de combinações, as mensagens de emoções, carinhos vindos, outros indo, notícias de um aqui, outro ali, filho melhorando das viroses da vida, comida saudável para dentro, escritos sendo produzidos para fora e, o ritmo da vida, pulsando célere para minha crescente alegria interior.

E a noite chegou, levando meu ser para momentos mágicos numa casa de ioga, da amiga Miriam, em Ponta Negra. Neste momento, me extasio com a mandala em que a divindade me brinda. As pessoas que me cercam, espelham um especial brilho nos olhos. São buscadores, sim, são criaturas interessadas num conhecimento superior, por isso mesmo, as tenho em alta estima pessoal.

É um ambiente mágico. A palestra sobre meditação flui, com os corpos obedecendo a comandos do bem. Numa sincronia perfeita do respirar, com o pensar, a postura nos leva e nos eleva, a picos de satisfação pessoal, que só experienciando para poder saber do que se trata.

É um ambiente santo. Um incenso purifica o ar. Um gato manhoso a passar. Belas mulheres imprimem um clima especial ao lugar. A decoração eleva a metafísica do espaço, a um nível espetacular.

Naquele momento, minha felicidade chega ao clímax e, uma intuição, muito particular, sussurra em meus ouvidos: aqui é o seu lugar.

Mas a noite segue seu ritmo e, desço para Ponta Negra, com intenção de ver a praia e o luar. No que um dia já foi um lugar de pessoas legais, com um ir e vir de amigos e surfistas saudáveis, agora é um triste espetáculo de deprimentes figuras, obscurecidas em suas auras pervertidas, por drogas, ilusões, num desfile de cenas dantescas, que apressam o passo, para que um dia tão belo, não termine com tristes recordações.

De cara jovens vendedoras de produtos artesanais, cantam alegremente, com filhos nos braços, movidas por copos com bebidas e cigarros, num véu de fumaça nociva, contaminando o pulmão ainda límpido dos filhos vitimados por tamanha irresponsabilidade.

Bêbados de todas as tribos, gringos em atitudes suspeitas, toda a sorte de figuras trôpegas, desfilam pelo fantasmagórico calçadão, como uma desfigurada escola de samba, no mais triste e deprimente carnaval fora de época que podemos assistir e lamentar.

Mas o mar está lá, com a lua a lhe emoldurar, atraindo minha atenção e desviando o foco de tamanha aberração. A natureza restitui minha vitalidade, a vida volta a brilhar nela, retorno para casa, sento no computador e encerro o dia, saudando a maravilhosa diversidade da vida em letras.

Cada vez me apaixono mais por tudo. A cada dia mergulho mais na arte de observar e vivenciar o mundo, buscando nele o amor divino, para poder me abastecer e compartilhar, pois sem me fundir com o todo, jamais serei uma parte feliz.


* É escritor e jornalista (escritorflaviorezende@gmail.com).

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