quinta-feira, 17 de julho de 2008

PELE E VELUDO DO POETA LÍVIO OLIVEIRA - DELICIEM-SE COM A BELA INFINITA DESSE MAGNÍFICO EROTISMO

Pele e veludo



(Lívio Oliveira)





Lembrei-me dos dias

no quintal

em que me lambuzava

com você,

febril,

nas mangas alaranjadas,

róseas, rubras

dos meses quentes,

ancestrais.



A pele em veludo

e suave seda

se desfazia,

aos pedaços,

sob mordidas selvagens,

rudes, famintas,

buscando o sumo oculto,

sumo ácido e doce

que banhava o peito

adolescente.



Derramava-se em mim,

naquelas tardes,

o líquido leve das mangas,

escorrendo da língua

e dos lábios.



E me embevecia,

sorvendo junto,

sofregamente,

o colostro,

mel de teus seios.

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