Amor e xadrez
Jania Souza
Não sei se era a Rainha ou o Rei
Andava cada casa com certo receio
De ser engolida pelo algoz adversário.
Perseguição camuflada sem muito alarde
Persistente e matreira
Cobra jararaca.
Esgueirava-se por entre cedros e samambaias
Numa floresta quase impenetrável d'um coração
De pedra com rudeza trancado.
No tabuleiro jogava seu cavalo alado
Com sortilégio de bem querer amado
Sempre rejeitado pelo olhar escárnio
Separado pela lança do infiel lendário
Preso na torre do seu doce olhar.
Juras de amor de seus olhos eram lançadas
Para semear aqueles campos inodoros e frios
Montado no fogoso cavalo veloz inimigo
Trotando a galope na beira do rio.
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