sábado, 12 de fevereiro de 2022

POEMA AMOR E XADREZ

Amor e xadrez


Jania Souza 


Não sei se era a Rainha ou o Rei

Andava cada casa com certo receio

De ser engolida pelo algoz adversário. 

Perseguição camuflada sem muito alarde

Persistente e matreira

Cobra jararaca.


Esgueirava-se por entre cedros e samambaias

Numa floresta quase impenetrável d'um coração

De pedra com rudeza trancado.


No tabuleiro jogava seu cavalo alado

Com sortilégio de bem querer amado

Sempre rejeitado pelo olhar escárnio

Separado pela lança do infiel lendário

Preso na torre do seu doce olhar.


Juras de amor de seus olhos eram lançadas

Para semear aqueles campos inodoros e frios

Montado no fogoso cavalo veloz inimigo

Trotando a galope na beira do rio.

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