Pesadelo Pesadelo
Jania Souza
Avizinha-se solene em seu explosivo
Laranja-vermelho
Pranteada por cinzas negras
A morte, disfarçada de lamparina ferrugem
Lúgubre assombro
Por trás da rede do sertanejo
Guerreiro em sua luta de cada dia
Na caatinga seca, pétrea, em agonia.
Resiste mesmo assim
Esquecido dos campos de neve, que nem conhece
Nem sabe que existem
Mas que se aquecem com a fúria
Não dos tímidos raios de sol que vêm
Tecidos nas flores da Primavera
E no silvo do vento (en)cantos ancestrais
Mas que se antecipam na queimada
Esfomeada das bombas
Rasgando das terras ucranianas o ventre
O limbo da esperança, que jamais
Fenecerá mesmo embaixo do rude couro
Do coturno pisoteando sua dignidade.
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