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domingo, 30 de novembro de 2008
POETA JOÃO ANDRADE GANHA O PRÊMIO DE POESIA LUIS CARLOS GUIMARÃES 2008 DA FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO
Caro João Andrade, tua timidez desnuda na tua poesia, encanta-me. Tens minha admiração incondicional. Amo ler tua obra tão completa em tão pouco espaço. Estou hoje aqui, principalmente para o reverenciar pela grande obra que se solidifica em um mercado tão exigente. Parabéns pelo Prêmio Luis Carlos Guimarães 2008, sua poesia está magnífica. É uma grande honra poder contar com tua participação nas coletâneas da SPVA/RN e ter a tua amizade. És grande merecedor dos louros e muito, muito sucesso além fronteiras, levando o nome potiguar para orgulho dos teus conterrâneos. Teu blogger está cada vez melhor. Beijos com meus desejos de muitas realizações com muito sucesso.
És uma preciosidade na literatura contemporânea potiguar.
Com carinho e admiração
Jania Souza
POESIAS DE JOÃO ANDRADE
www.porsobreascabecas.blogspot.com
Cogito
Cogito, ergo-me, sou
o que deixo escrito.
Deixo marcas, deixo lágrimas,
deixo adeuses, deixo poemas,
deixo mitos.
Deixo rastros e vôo,
deixo versos e sou
meu alfabeto mudo
de gritos.
João Andrade
Assim
Para Margot Marie
Assim como quem
não quer nada
fiz a Ilíada.
No impulso
da mesma idéia
fiz a Odisséia.
Alguns agora vão dizer
que sou histérico
depois daquele porre homérico.
João Andrade
As coisas
As coisas causam pausas,
quase sempre náuseas,
menopausas.
As coisas causam causas,
quase sempre pousam,
repousam.
As coisas causam quases,
quase sempre morto,
aborto.
As coisas causam coisas,
quase sempre em êxtase,
orgasmadas.
João Andrade
Abençoados
Abençoados sejam os bobos.
Enquanto a vovozinha
se diverte com o lobo
diante do espelho,
Chapeuzinho se espanta
com o vermelho.
João Andrade
Tenho medo
Tenho medo
de criar alguém em mim
e não conhecê-lo.
Não que seja mentira o que sinto,
é que tenho o novelo,
não o labirinto.
João Andrade
Sinto
Sinto que algo em mim nasce,
preciso entender o ser que crio.
já consultei o meu abismo,
estou em paz com o meu vazio.
É que a dor que trago comigo
quer abrigo, está no cio.
João Andrade
Se esse
Se esse
amor camicase
não me exigisse tanto,
eu juro,
pro seu espanto,
que eu
quase.
João Andrade
Quando te vi
Quando te vi, um espinho,
logo tentei te impressionar
e transformei gelo em água,
uva em vinho.
Não me olhaste.
Terminei bêbado
e sozinho.
João Andrade
Postado por Por sobre as cabeças às 16:57 0 comentários
Preciso
Preciso urgentemente
livrar-me de mim.
Decifrar-me,
devorar-me , não ser meu.
Sinto que para este tirano,
para este louco,
eu sou pouco.
João Andrade
Postado por Por sobre as cabeças às 16:50 0 comentários
Sábado, 11 de Agosto de 2007
Para tudo dar certo
Para tudo dar certo
é melhor começar por baixo.
Primeiro o teto
depois o espaço.
João Andrade
Postado por Por sobre as cabeças às 19:18 4 comentários
Guardo o mais nobre
Guardo o mais nobre
de mim para o fim.
Quero levar comigo
a minha mais pura vaidade.
Na hora da despedida quero levar da vida
os olhos cheios de tempestades.
João Andrade
Postado por Por sobre as cabeças às 19:14 1 comentários
Meu maior risco
Meu
maior
risco
ao devorar
a dor
é esse
petisco
ter
sabor.
João Andrade
Postado por Por sobre as cabeças às 18:32 0 comentários
Sábado, 21 de Julho de 2007
O que mais me incomoda
O que mais me preocupa
ou incomoda
é como manter o equilíbrio
quando já me cortaram a corda.
É como preencher o vazio
quando ele transborda,
é não se atirar nos abismos
quando se ama a trajetória da queda
e se odeia a borda.
João Andrade
O nosso amor perdeu a chama
O nosso amor perdeu a chama,
a luz que me revela.
Restou-me a escuridão e o desvario,
um cais em silêncio, adeus sem lenços,
horizontes sem navios.
O nosso amor perdeu a chama
e fiquei a ver pavios.
João Andrade
Não se limite
Não se limite
a dizer coisa com causa.
Não beba o eco ou o cio
que brota de versos alheios.
Não se banhe duas vezes
no mesmo vazio,
mesmo estando cheio.
Não caminhe por estradas conhecidas
nem queira novas perguntas
para suas velhas respostas.
Não se imite,
perca-se no caminho da volta.
João Andrade
www.porsobreascabecas.blogspot.com
Resultado do Concurso de Poesia Luís Carlos Guimarães - FONTE
www.vivieventos.blogspot.com - Poeta e Colunista Cultural Vilmaci Viana
A comissão julgadora do VIII Concurso de Poesia Luís Carlos Guimarães, formadas pelos escritores Paulo de Tarso, Plínio Sanderson e Maria Rizolete, se reuniu na manhã de ontem (27/11) a fim de escolher os vencedores do concurso.
O resultado foi o seguinte: 1º lugar - João Andrade, 2º lugar – Everton Dantas Bezerra e 3º lugar – Theo G. Alves. Os prêmios que serão entregues aos três primeiros lugares são de respectivamente, dez, oito e cinco salários mínimos. O concurso contempla ainda, 17 outros vencedores com uma menção honrosa e a entrega de 25 exemplares de um livro que será publicado com as poesias dos 30 selecionados no ano de 2008. A comissão organizadora recebeu um total de 167 inscrições.
Esta é a segunda vez que João Andrade ganha o prêmio Luís Carlos – a primeira vez foi em 2003. Andrade que é professor de português da rede estadual de ensino diz que ter ganhado o prêmio é o reconhecimento de uma cobrança que ele tem como escritor que é o do desenvolvimento e da pesquisa poética. “O prêmio mostra que estou no caminho certo”, finaliza o poeta. João já publicou um livro independente e procura parceiros para o lançamento de um próximo, que foi de onde ele extraiu os poemas vencedores.
Abaixo os selecionados para receber a menção honrosa:
José Delfino Neto
José de Souza Xavier
José Carlos f Nascimento
Manoel Bezerra
Maria Carolina Miquelassi Damascena
Márcio Rodrigo Xavier Simões
Haroldo José de Brito Silva
Fabio Rodrigo Barbosa da Silva
João Batista dos Santos
Laércio Bezerra de Melo
Rosangela França de Melo
Jeanne de Araújo Silva e Araújo
Adélia Daniielle Martins
Paulo Augusto da Silva
Wescley J. Gama
Luciana Maria Carvalho M dos Santos
Marina Rabelo Caldas
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Um comentário:
Parabéns... parabéns... ao poeta... e ao Rio Grande do Norte por mais este prêmio: O RN, por ter o poeta e o poeta por mais esse louro...
Tudo de bom...
Sal,
saúde,
Sucesso
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