terça-feira, 16 de julho de 2019

PALESTRA SOBRE "OS SERTÕES" E LANÇAMENTO DO LIVRO DE ENSAIO LITERÁRIO SOBRE A OBRA. EUCLIDES DA CUNHA FOI O GRANDE HOMENAGEADO DA FLIP 2019

Embora tenha chegado com os trabalhos de apresentação já iniciados, em virtude de meus compromissos na Casa Helvetia Oca, tive a oportunidade de presenciar grande parte das falas, que muito me encantaram.

Lembrei do Poeta Sapateiro, José Gonçalves, um dos fundadores da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte, que em certa ocasião, em que trocávamos ideias, falou-me sobre a origem da palavra favela, que originalmente designava uma flor que brotava nos morros cariocas e havia sido abordada por Euclides da Cunha n'Os Sertões e, posteriormente, passou a enumerar a ocupação desorganizada desses mesmos morros por pessoas de renda baixíssima e até na linha de pobreza miserável, recebendo essas construções de habitações precárias nessas posses de terra nas encostas e sobre a elevação desses morros, o nome de favelas. Fato que ocasionou praticamente o esquecimento do seu belo e primeiro significado. Seu José Gonçalves era um poeta intelectual. Possuía uma biblioteca em sua oficina de consertos de calçados. Era socialista, comunista e ateu. Havia perdido seu olho esquerdo nos porões da Ditadura em Recife. Ainda bem que sobreviveu a esse momento triste e vergonhoso da nossa história como testemunha, como o próprio relato de Euclides da Cunha sobre a chacina do Estado Brasileiro sobre os beatos miseráveis de Canudos, o é, e possibilitou o conhecimento desse terrível acontecimento às posterioridades. Tive o privilégio de conhecer esse grande homem idealista e beber na água de sua sabedoria, embora eu seja uma cristã católica ecumênica de ideal democrático social. Uma bênção, poder conviver e coexistir em paz e respeito com os pensamentos divergentes. Realidade necessária a todos os habitantes desse nosso caótico planeta, que necessita mergulhar mais profundamente nos ensinamentos do Cristo, para encontrar forças para resistir à ganância do poder pelo poder, que só traz mortes, guerras, dizimações e sequelas no contingente humano. Vale lembrar alguns desses coautores do lado negro da história humana, como Nero e o Império Romano; Hitler; Stalin e outros loucos gerados em outros sistemas e. também, no narcotráfico e nas guerras em que se invoca a participação de Deus, o qual não passou nenhuma procuração para os insanos que habitam no seio da humanidade.

Parabéns à Casa da Leitura e às pesquisadoras professoras pelo excelente trabalho de preservar a memória do nosso passado, para embasar a formação de um pensamento crítico, que avaliará as ações do presente e alicerçará o futuro baseado na construção de um mundo melhor para todos.

Nenhum comentário: