Chegou Alísio
Jania Souza
Assobia a noite grito de silêncio
Cantarola finos e fortes zumbidos
Nas asas em que agosto se despede
Embora ainda passe ao meio.
O pinga a pinga do chuveiro
Não consegue camuflar
Esse silvo certeiro
Mesclando a madrugada
Despida de luar
Há mistério nessa voz do vento
Tão sonora e alta faz arrepiar a mente
Lembra o uivo do morro lá na Grã-Bretanha
Distante distante distante
Mas seu corpo invisível repassa
As ondas por trás do Parque das Dunas
Sopra Alísio!
Seja bem-vindo
Em meu mar, minha areia
Rendidos aos teus carinhos
Dobra a soberania dos ipês
Das algarobas, castanheiras
Coqueiros em folhas dançantes
Ao lado de sensíveis aroeiras
Não sei se sopras ou se gemes
Fugidio das restingas lá no firmamento
Há lamento em seu pranto toado como canto
Rolado de um peito partido exangue
Aflito em saudades
De outro canto de a(Deus)
Seja bem-vindo Alísio!
Nesse passo apressado
Abraço aos telhados descasados
Em entrega total sem ver seu descaso
Com tudo deixado lá atrás...
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