quinta-feira, 28 de maio de 2020

AO APAGAR DAS LUZES POR JANIA SOUZA

Um poema sem vergonha
cabido
chega ao apagar das luzes

Não aceita despedida

quer percorrer
meus dedos, poros, boca

Arranca a camisola da fantasia

debruça-se sobre a página da melancolia
desbotada
pela preguiça dessa criatividade
escondida na própria teimosia

Escancara meus verbos

só para sentir a força
desse verso tão desconexo
roto em significado
saído das entranhas do mundo

Não explica a razão da invasão

mas senta-se a luz de vela
e vela minha preocupação

Ambiguidade

há na cara desavergonhada
da empáfia e da descabida conexão

Meia noite

apagam-se as luzes
o verso tira o sono
o papel clama ressurreição



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