quinta-feira, 7 de maio de 2020

1a. SEMANA DA LITERATURA BRASILEIRA PROMOVIDA POR LILIAN CARDOSO VAI ENCERRAR HOJE À NOITE - AGUARDEM A 2a.

Foi uma interessante inciativa e imperdível para todos da área do livro.

Durante 4 dias, já efetivos 3, conversaram sobre os escritores brasileiros com ênfase no primeiro módulo ressaltando a importância de José de Alencar (primeiro romancista brasileiro) como autor independente em seus primórdios, auto publicando seu romance em folhetim de jornal, numa prova da necessidade de todo escritor encontrar os meios apropriados para inserir sua obra no mercado. No presente, contando com a excelente ferramenta do marketing editorial.

Abordaram Machado de Assis e o seu potencial e qualidade, lapidados através de muito estudo e pesquisa, os quais lhe conferiram reconhecimento no topo da intelectualidade universal. Não esqueceram outros nomes importantes como Olavo Bilac, Castro Alves, Gonçalves Dias e outros importantes do período inicial de publicação. Lamentei a falta de referência à primeira feminista da América Latina, também educadora, escritora, poeta e fundadora do "Colégio Augusto" para mulheres, ainda na época do Imperador Pedro II, Nísia Floresta Brasileira Augusta. Ela foi também precursora na literatura feminina brasileira, contudo por ser mulher e por causa da cultura machista governar a mentalidade da sociedade à época, não conseguiu grande repercussão nacional. Realmente, tempos muito difíceis para a divulgação do autor, como ainda continua a ser na atualidade.

Uma questão importante abordada foi a situação do autor em seu contexto sócio-econômico, religioso e político em que produziu sua obra com suas verdades naquele instante. Muitos desses escritores trazidos para os dias de hoje ficam sujeitos às leituras e interpretações em uma nova realidade, embasada em novos conceitos humanos, sociais e políticos. Contudo não perdem o valor da sua qualidade criativa e, por isso mesmo, devem ser lidos levando-se em consideração o ambiente da época com suas características, fatores influenciadores da sua escrita. Sem esses registros, a contemporaneidade não teria como criticar o comportamento nas relações humanas naqueles períodos de transição ideológica e filosófica da humanidade no Brasil.  Lembro que durante a Caravana da Helvetia em março de 2020 em Fortaleza no Ceará, no dia 13, quando proferi a palestra "A Literatura Infantil Brasileira" ao citar Monteiro Lobato como o introdutor desse gênero de cunho totalmente nacional, o professor universitário, pesquisador e doutor Evaldo Balbino levantou essa abordagem em virtude de haver uma linha crítica sobre o referido autor em referência ao preconceito, racismo e machismo . Balbino frisou a necessidade da leitura de Lobato situando-se o leitor no contexto de sua escrita e trazendo para uma abordagem de temas vivenciados no presente. Pensamento com o qual concordo. Para encerar esse comentário, cito as palavras do escritor e pesquisador João Luís Ceccantini contidas em entrevista à Veja de 17/12/2010, Educação, matéria - "Censurar Monteiro Lobato é analfabetismo histórico" por Nathalia Goulart. Sob essa ótica do respeito à obra de Lobato e a de José de Alencar, a 1a. Semana de Literatura Brasileira merece nossos elogios também.

Ao final do primeiro vídeo, ressaltaram a necessidade do autor contemporâneo divulgar pequenos trechos de sua obra em jornais, fanzines, blogs, sites, inclusive com antecedência de uns 6 meses, para atiçar a curiosidade do leitor pelo lançamento da obra. Uma dica muito legal.

São 5 encontros através de link (vídeo), liberados a cada dia (04; 05; 06; 07/05/2020) a partir das 19h.

Gostei imensamente.


Mais detalhes e futuros projetos com:

LILIAN CARDOSO

idealizadora e gestora da 1a. Semana de Literatura Brasileira.

Contato: www.liliancardoso.com.br 

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