Vôo de um Grilo
Genildo Mateus
Pára Pedro, Pedro pára,
Não pára... voa nas asas do Albatroz,
Que estar sempre entre nós
Trocando, tecendo, palavras,
Como pintor que retrata
Uma moça na janela
Em uma linda aquarela
Ou numa arte abstrata.
Pára Pedro...
Sorrateiramente trilha
Na métrica e rima,
Escreve como obra prima
No traço do seu pincel
Os versos do Menestrel
O cantar de uma perdiz
Tanto mostra como diz.
Pedro Pára...
Como um canto de liberdade
O mundo gira num momento,
Soprado pelo vento
De um quadro pintado com saudade
Maquina o trem sobre o trilho
Em um silêncio abstrato
Volvido em triunvirato
Hábil, audaz e brilho.
Pára Pedro...
Em uma noite qualquer, medita,
E diz um até breve,
Com a tinta que escreve
À bela arte invita.
Com os dedos tamborilo
O pensar de uma nova era
Alimentado na quimera
Ou simplesmente um Grilo.
Voa Grilo...
Um grilo voa...
Para eternidade...
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