Chuvas de Outono
Jania Souza
Cantam as águas caídas do céu
No telhado do meu ninho
Contam histórias de antigamente
No retumbar dos trovões.
Vêm repor os mananciais
Subterrâneos dos montes
De brancas e finas areias
do Parque das Dunas
Ou de barro vermelho
nos Guarapes e Parque da Cidade.
Garantem que haverá água
Durante todo esse ano.
Segredam que desertificação
É invenção do homem
Predador, destruidor da natureza
E de todo patrimônio da criação.
Enrodilho-me em cobertas
Travesseiros e lençóis
Aconchegada no canto da chuva
Para sonhar com a paz universal
O maior dos meus sonhos.
Amanhã, logo cedo, ruas, avenidas e o campo
Se cobrirão de xananas, girassóis na terra de Poti.
Vão esperar o breve despontar das sementes
Deitadas nas várzeas do sertão e nas do litoral
Pela mão do semeador da esperança
De que dias melhores virão...
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