domingo, 6 de março de 2022

CHUVAS DE OUTONO

Chuvas de Outono


Jania Souza


Cantam as águas caídas do céu

No telhado do meu ninho

Contam histórias de antigamente 

No retumbar dos trovões.

Vêm repor os mananciais

Subterrâneos dos montes

De brancas e finas areias

do Parque das Dunas

Ou de barro vermelho

nos Guarapes e Parque da Cidade.


Garantem que haverá água 

Durante todo esse ano.

Segredam que desertificação

É invenção do homem 

Predador, destruidor da natureza

E de todo patrimônio da criação.


Enrodilho-me em cobertas

Travesseiros e lençóis

Aconchegada no canto da chuva

Para sonhar com a paz universal 

O maior dos meus sonhos.


Amanhã, logo cedo, ruas, avenidas e o campo

Se cobrirão de xananas, girassóis na terra de Poti.

Vão esperar o breve despontar das sementes

Deitadas nas várzeas do sertão e nas do litoral

Pela mão do semeador da esperança

De que dias melhores virão...


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