NÃO, NÃO SE ENGANEM
Não, não se enganem
Diferentemente do dia das mães
Todo feito em possessivos
Como quem diz minha mãe minha só minha
Esse dia da mulher é um coletivo
Elas sem donos
Donas de si e do seu corpo e seu destino
Esse dia
É dia amanhecido de ternura
Dura como a pedra que resiste
A urdidura dos que negam a elas o justo direito
seu poder sua labuta a posse do seu ser e sua força
Não, não se enganem
Não é dia de flores cor de rosa
Ou ramalhetes de bilhetes sem sentido.
Esse dia é mulher em plenitude
Bordado de grandeza e atitude
É ela amanhecida em carne viva a resistir
A toda forma possessiva de opressão
Não, não se enganem
Se se quer dizer a elas que se diga
Não parabéns deus salve amém
Mas deseje-lhe força
E grite peito em altos brados
“Força, mulher! Luta e coragem!
Que juntas todas no poder do coletivo...
Mãos enlaçadas braços dados
Formando a flor feroz de tua grandeza
Sem que se solte de ninguém
Mão de ninguém”.
Edil C.
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