Feto
Jania Souza
Já se foi o dia de ontem
no barco da noite
tangido em acalantos
à vela da lua
A madrugada sem timidez
abre seu peito sem pudor
num aconchego à poesia
O orvalho em sua sensibilidade
abre com cautela o casulo
em que dorme a aurora
ainda feto
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