Metamorfose
O dia amanheceu prenhe
A crisálida já se rasgava em cores
Rompe o casulo
Em marcha silenciosa sem dores.
As flores esperam maduras
O beijo do colibri
Que transporta outra vida,
Para o jardim colorir.
O sol embalado em nuvens coloridas
Vaza sobre o rio sereno
As luzes da aurora
Enche a vida de esperança
Revigora o novo dia
Quando tudo é silêncio.
Rosicler do Alvorecer
Tenho retalhos brancos
Daquela alvorada amena e sutil
A clarineta a luz, os anjos, os santos,
O caminho, o rio, a flor azul anil.
O rosicler borda o tom da aurora e desce
Uma música de suave harmonia,
E o canto do pássaro se veste
De sons crescentes em simetria.
Sigo uma trilha velha e sinuosa
De cansadas veredas, enrugadas e fria,
Um sino no seu badalar saudosa
Entôo uma harmoniosa melodia.
Vale do Rosário
É um lastro verde onde canta o riacho
Inundando de beleza os vastos prados
Lá por trás a montanha onde o sol em facho
Ilumina com seus raios derramados.
O camponês fatigado despede-se do dia
Saúda o milharal verde que ali floresce
A cerca tremula na lama macia
O cristalino orvalho a flor umedece.
Os verdes prados exalam cheiro da gameleira,
Pássaros cantam na fronde do juazeiro
Num ritmo compassado tal orquestra
O cavalo azulão salta a porteira,
Come o verde capim no outeiro
A lua branca derrama luz sobre a floresta.
Orvalho
Quando acariciei a relva fria
No jardim da esperança
Minh mão iluminou-se
De uma magia delicada
Qual orvalho que permeia
As flores da madrugada.
Ah minha alma enluarou-se
E vibrou como criança
Deslumbrada pelos prados
Emoldurados de minhas lembranças.
Quando acariciei a chuva fina
No jardim da esperança
Senti uma exalação terna
Emanado da mão divina
Mão pura. Serena
E nessa energia inebriei-me
De uma magia doce e plena.
Alvorecer na Pipa
(poema crônica)
Desponta o rosicler do alvorecer
Buganvílias exuberantes pontilhadas
De gotas de orvalho cristalinas
Decoram a pousada escondida
No alto da colina.
Semente intumescida
Chora rasgando a espessa película
Para brotar nova vida.
O gatinho, ainda repousa manhoso
Afago-lhe com carinho
Na soleira da janela entreaberta
Com saudades do meu que ficou sozinho.
Pássaros alvissareiros
Parolam uma canção divina
Recepciono o amanhecer
Com alegria de menina.
Sagüis pulam de galho em galho
Nas árvores que circundam a piscina
Observam os visitantes de soslaio
Catam frutas e insetos
Para o café da matina.
Entre o verde da paisagem estamos nós,
Gomes, Vicente, Socorro, Diego e eu.
De repente a chuva cai,
Novos caminhos se abrem
Na curva da esperança
A dança das gotas deslizantes
Pura alegria para quem admira.
Entrego-me à dança líquida
Que embriaga minha alma
Envolta da magia do lugarejo.
Observo a pele da piscina
Encrespada pela chuva fina
Esses momentos de evasão
Potencializam-me, volto a ser menina.
Pipa RN, Julho de 2008
Manhã na orla de Atalaia
A vida é exígua para deixar jorrar todos meus planos.(em relação ao tempo perdido.).
Aos poucos as nuvens se desfaz
Desce uma chuva em finas lâminas
Sozinha, observo e recebo essa neblina
Como presente divino
Inaugurando a manhã.
Não hesito em descer
Banhar-me d’ água e da luz
Ver de perto os sanhaçus cantando,
A vida pulsando
Reminiscências oscilam lentas nas folhas
Vibra a manhã no mangue da orla de atalaia.
Tamanha alegria!
Repouso meu olhar,
Sobre o mar distante do calçadão,
O sol rasgando o véu da manhã
Vejo plataformas da Petrobrás
Em plena ação
Sugando no fundo mar
Petróleo para o mundo movimentar-se.
Regresso ao saguão do hotel,
Mas ainda volto meu olhar
Numa onda que alcança
Minha alma iluminada de beleza
Da exuberante natureza.
Orla de Atalaia Aracaju, 2008
Rosa Firmo
O dia amanheceu prenhe
A crisálida já se rasgava em cores
Rompe o casulo
Em marcha silenciosa sem dores.
As flores esperam maduras
O beijo do colibri
Que transporta outra vida,
Para o jardim colorir.
O sol embalado em nuvens coloridas
Vaza sobre o rio sereno
As luzes da aurora
Enche a vida de esperança
Revigora o novo dia
Quando tudo é silêncio.
Rosicler do Alvorecer
Tenho retalhos brancos
Daquela alvorada amena e sutil
A clarineta a luz, os anjos, os santos,
O caminho, o rio, a flor azul anil.
O rosicler borda o tom da aurora e desce
Uma música de suave harmonia,
E o canto do pássaro se veste
De sons crescentes em simetria.
Sigo uma trilha velha e sinuosa
De cansadas veredas, enrugadas e fria,
Um sino no seu badalar saudosa
Entôo uma harmoniosa melodia.
Vale do Rosário
É um lastro verde onde canta o riacho
Inundando de beleza os vastos prados
Lá por trás a montanha onde o sol em facho
Ilumina com seus raios derramados.
O camponês fatigado despede-se do dia
Saúda o milharal verde que ali floresce
A cerca tremula na lama macia
O cristalino orvalho a flor umedece.
Os verdes prados exalam cheiro da gameleira,
Pássaros cantam na fronde do juazeiro
Num ritmo compassado tal orquestra
O cavalo azulão salta a porteira,
Come o verde capim no outeiro
A lua branca derrama luz sobre a floresta.
Orvalho
Quando acariciei a relva fria
No jardim da esperança
Minh mão iluminou-se
De uma magia delicada
Qual orvalho que permeia
As flores da madrugada.
Ah minha alma enluarou-se
E vibrou como criança
Deslumbrada pelos prados
Emoldurados de minhas lembranças.
Quando acariciei a chuva fina
No jardim da esperança
Senti uma exalação terna
Emanado da mão divina
Mão pura. Serena
E nessa energia inebriei-me
De uma magia doce e plena.
Alvorecer na Pipa
(poema crônica)
Desponta o rosicler do alvorecer
Buganvílias exuberantes pontilhadas
De gotas de orvalho cristalinas
Decoram a pousada escondida
No alto da colina.
Semente intumescida
Chora rasgando a espessa película
Para brotar nova vida.
O gatinho, ainda repousa manhoso
Afago-lhe com carinho
Na soleira da janela entreaberta
Com saudades do meu que ficou sozinho.
Pássaros alvissareiros
Parolam uma canção divina
Recepciono o amanhecer
Com alegria de menina.
Sagüis pulam de galho em galho
Nas árvores que circundam a piscina
Observam os visitantes de soslaio
Catam frutas e insetos
Para o café da matina.
Entre o verde da paisagem estamos nós,
Gomes, Vicente, Socorro, Diego e eu.
De repente a chuva cai,
Novos caminhos se abrem
Na curva da esperança
A dança das gotas deslizantes
Pura alegria para quem admira.
Entrego-me à dança líquida
Que embriaga minha alma
Envolta da magia do lugarejo.
Observo a pele da piscina
Encrespada pela chuva fina
Esses momentos de evasão
Potencializam-me, volto a ser menina.
Pipa RN, Julho de 2008
Manhã na orla de Atalaia
A vida é exígua para deixar jorrar todos meus planos.(em relação ao tempo perdido.).
Aos poucos as nuvens se desfaz
Desce uma chuva em finas lâminas
Sozinha, observo e recebo essa neblina
Como presente divino
Inaugurando a manhã.
Não hesito em descer
Banhar-me d’ água e da luz
Ver de perto os sanhaçus cantando,
A vida pulsando
Reminiscências oscilam lentas nas folhas
Vibra a manhã no mangue da orla de atalaia.
Tamanha alegria!
Repouso meu olhar,
Sobre o mar distante do calçadão,
O sol rasgando o véu da manhã
Vejo plataformas da Petrobrás
Em plena ação
Sugando no fundo mar
Petróleo para o mundo movimentar-se.
Regresso ao saguão do hotel,
Mas ainda volto meu olhar
Numa onda que alcança
Minha alma iluminada de beleza
Da exuberante natureza.
Orla de Atalaia Aracaju, 2008
Rosa Firmo
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