VIDAS VAZIAS
F. Elíude P. Galvão
Vidas vazias...
Tempos moídos;
Sentimentos banidos
ou submersos na alucinação da apatia!...
Vidas sem cor,
Pomar sem fruteiras,
Pétalas sem flor;
Abraços sem braços,
Fitas sem laços;
Coração sem amor,
feito em pedaços !...
Essa agonia desengonçada
como o vôo de uma pomba
com garras de harpia,
dilacerando a alvorada que tomba;
E por vez, rouba- lhe a luz do dia,
Desvirginando o azul do próprio céu!
Puerícia enferma... Puberdade aturdida:
Solitárias grinaldas de flores murchas
sobre uma lápide encravada,
ou comprimidas sob um chão de terra batida
pelo denso sereno da madrugada.
Vidas tolhidas e sem anais:
Sem cidadania,
pelo pó esparramadas
Nas manhãs, à tarde, à noite...
Pelos brumais perdidas em agonia,
Ou tão somente dilaceradas?!...
(-Por quanto tempo mais?...)
São Vicente(SP), 29.01.09
OBRA ENVIADA PARA PARTICIPAÇÃO NO SARAU ESTAÇÃO DA LIRA DE 29/06/09 NA FUNDAÇÃO CAPITANIA DAS ARTES EM NATAL. PROMOÇÃO DA SPVA/RN - SOCIEDADE DOS POETAS VIVOS E AFINS DO RN.
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