Imersão em Van Gogh
Por Jania Souza
Van Gogh
Com timidez
Adentrei em seu íntimo
Vasculhei seus pertences
Encontrei espaços vazios
Por vezes cobertos por dores
No rio que corre em busca do sol
Através daqueles
Girassóis gritantemente
Tão amarelos
Em suas vestes de felicidade
Nubladas
Pela constatação
Da sepultura dos homens-lírios azuis
Muchos em seus verdes jazigos.
Seu quarto solitário
Falou-me
Da sua noite sobre o rio
Em que milhões de infinitas estrelas
Transpassavam
A escuridão e mergulhavam
Bem no fundo da alma
Repousante em seu próprio abismo.
Quedei-me
Em suas cores e tons
De tristezas e alegrias
Muito mais tristezas e desenganos
A roubarem sua lucidez
Fazendo seus olhos, orelhas, boca, nariz
Pularem de dentro das tintas
Na revelação contida
No livro da sua vida.
Suas palavras discorridas
Por outra voz anônima
Saltaram sobre mim
E envolveram-me
Em uma imensa emoção
Saída da imersão
Na mão da tecnologia moderna
Dando vida ao gojeio do pássaro
Van Gogh
Que não foi feliz aqui.
Lá no infinito, brilha sua estrela
Trançada pelos girassóis
Do seu pincel-sonho.
Com minha filha Patrícia Teresa e meu neto Pedro Lucas, fui apreciar a convite dela a Exposição Imersão em Van Gogh no Shopping Natal, na quinta-feira, 17.
O público pôde realizar um passeio pela vida, obra e ideias do artista holandês que impactou o mundo das artes com o seu traçado forte, angustiante e marcante na revelação da precisão dos sentidos.
Um comentário:
Lindo. Ritinha Cruz
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