SARAUTERAPIA ANIMADO Nesta 4ª feira, 15.07.09, aconteceu mais um Sarau Lítero-Musical promovido pelo Conselho Regional de Odontologia do RN (CRO/RN), dentro do Programa “Quarta Cultural”, sob a coordenação da Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores, com apoio maciço da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN. Seu auditório, na Rua Cônego Leão Fernandes, 619, como sempre acontece na 1ª e na 3ª quarta-feira do mês, recebeu um seleto grupo de Poetas e Poetisas, desfilando suas obras e de outros autores para alegria de todos. Por ordem de chegada ao recinto, apresentaram-se suas obras autorais ou de outrem: “NEZINHO PEREIRA” - Cantou “ABC do preguiçoso” (de domínio público), com direito a bis, e o Mote “Quem dera dançá um xote contigo neste forró”;
MARCOS CARVALHO - Apresentou seu mais recente lançamento, o CD “Michael Jackson - O caminho das flores”, em que intercala sua maravilhosa Poesia com trechos das músicas imortalizadas pelo ídolo recém falecido - um tributo do mais alto nível. Ao adquirir o CD a pessoa recebe o cordel “Michael Jackson - A opacidade de uma luminosa estrela”, de Sirlia Sousa de Lima, Professora mossoroense, radicada em Natal; as músicas escolhidas são da 1ª fase do cantor, tais como: “Music and me”, “I’ll be there”, “One day in your life”, “Ben” e mais seis do mesmo nível. Recitou também “À deriva” (de Erivaldo Leite de Lima, o “Abaeté”, grande cordelista natalense) - parabéns, Poeta!;
SEBASTIÃO BEZERRA (Tesoureiro da SPVA) - Recitou “Merecimento” e “Atitude”;
DUTRA ASSUNÇÃO, Diretor e Editor do jornal mensal “Cajarana - A Gazeta de Santana do Matos”, que distribuiu exemplares aos presentes. Recitou a Poesia “Contraste” e, como compareceu pela 1ª vez ao Sarauterapia, fez uma análise do que sentiu e viu nessa noite especial;
AMÉRICO PITA - Recitou “O Plantadoar de Milho”, de Daudeth Bandeira, e “Carta a Papai Noel”, de Luís Campos;
HELIODORO MORAIS - Apresentou o cordel “Perfil”;
AUZEH FREITAS (Secretária da SPVA) - “Flores em pensamento” e “Os Gritos e os vivos”, em homenagem à Vivi;
Vilmaci Viana, a “VIVI”, cantou, juntamente com os presentes, “Emoções”, de Roberto Carlos, em reconhecimento à alegria e emoções vividas nos saraus;
“ZÉ MARTINS” - Declamou “Meu sonho é ser jogador de futebol”; cantou “Sina nordestina”; AGSLENE MARTINS - Recitou “Falo” e “Mulata”, de Renato Caldas;
RUBENS AZEVEDO, coordenador do sarau informou sobre a passagem do DIA DO HOMEM, comemorada no Brasil naquela data - coisa que ninguém sabia...; Como é de praxe, falou sobre os literatos e artistas de renome que aniversariam no mês, lendo uma mini biografia de cada um, a saber: 06.07.1781: Faleceu em Salvador/BA, aos 24 anos, (Antônio Frederico de) CASTRO ALVES; Nasceu em Curralinho, hoje, Município Castro Alves (14.03.1847). Sua poesia é marcada pelo combate à escravidão, sendo conhecido como o "Poeta dos Escravos". Aos 17 anos fez a 1ª poesia; aos 21 anos, grande orador de voz marcante, era admirado por poetas e literatos da sua geração: Fagundes Varela, Ruy Barbosa, Joaquim Nabuco, Afonso Pena, Rodrigues Alves, dentre outros. Foi quando apresentou publicamente o hoje célebre “Navio Negreiro”: Auriverde pendão de minha terra,/ Que a brisa do Brasil beija e balança, / Estandarte que a luz do sol encerra / E as promessas divinas da esperança... / Tu que, da liberdade após a guerra, / Foste hasteado dos heróis na lança / Antes te houvessem roto na batalha, / Que servires a um povo de mortalha!”. Lançou ainda o livro, com 53 Poemas, “Espumas flutuantes” (Destacamos: “Oh! Bendito o que semeia / Livros... livros à mão cheia... / E manda o povo pensar! / O livro caindo n'alma / É germe -- que faz a palma, / É chuva -- que faz o mar.”).
09.07.1980: Faleceu no Rio (aos 67 anos), onde nasceu (19.10.1913) Marcus Vinitius Cruz e Mello Moraes - mudou de nome aos 09 anos de idade, em cartório; abandonou o Marcus, trocou a grafia em latim de Vinitius, e desistiu do Cruz e Mello. Na ortografia vigente, seu nome deve ser grafado VINÍCIUS DE MORAIS. O “Poetinha” (como ficou conhecido), é essencialmente lírico e notabilizou-se pelos seus sonetos. Sua obra é vasta em vários segmentos: literatura, teatro, cinema e música. Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933. Em 1946, assumiu o 1º posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles; na década de 50, atuou em Paris e em Roma e aposentou-se compulsoriamente, em 1968 . Em 1954 lançou sua peça de teatro "Orfeu da Conceição", bastante elogiada; nessa época conheceu o parceiro Tom Jobim ("Se Todos Fossem Iguais A Você", "A Felicidade", "Chega de Saudade", "Eu Sei Que Vou Te Amar", "Garota de Ipanema", "Insensatez", entre outras). Fez parcerias com compositores com Baden Powell, Carlos Lyra, Francis Hime, Chico Buarque e outros.
10.07.1982: Faleceu em Brasília “JACKSON DO PANDEIRO” (José Gomes Filho), nascido em Alagoa Grande/PB (31.08.1919). Foi cantor e compositor de forró, baião, xote, xaxado, coco, rojão, arrasta-pé, quadrilha, marcha, frevo; era chamado de "O Rei do Ritmo", considerado o maior ritmista da história da MPB. Sua discografia compreende mais de 30 LPs; desde sua 1ª gravação, "Forró em Limoeiro" (1953), até a última, "Isso é que é Forró!" (1981), foram 29 anos de carreira artística.
18.07.1915: Nasceu JAIR (Pedrinha de Carvalho) AMORIM, em Santa Leopoldina/ES e faleceu em São José dos Campos (15.10.1993). Foi jornalista, locutor e compositor; em parceria com José Mª de Abreu compôs: “Alguém como tu”, “Um cantinho e você”, dentre outras. Com Evaldo Gouveia compôs “Tudo de mim”, “Que queres tu de mim”, “Sentimental demais” e “O Trovador”, “Brigas”, “Alguém me disse” e muitos outros sucessos.
18.07.1987: Faleceu GILBERTO (de Melo) FREIRE, em Recife/PE, onde nasceu (15.03.1900), descendente de indígenas, espanhóis, portugueses e holandeses. Foi sociólogo, antropólogo, escritor e pintor brasileiro, considerado um dos grandes nomes da história cultural do Brasil. Seu 1º e mais conhecido livro é “Casa-Grande & Senzala”; depois vieram, dentre outros: “Sobrados e Mucambos” , “Nordeste: Aspectos da Influência da Cana Sobre a Vida e a Paisagem...”, “O mundo que o português criou”, “Sociologia”, “Ordem e Progresso”, “Brasis, Brasil e Brasília”, referências importantes até hoje. Algumas honrarias recebidas - Grã-Cruzes: de Andrés Bello (Venezuela), de D. Alfonso, El Sábio (Espanha), de Santiago da Espada (Portugal), do Mérito Capibaribe da Cidade do Recife/PE, da Légion d'Honneur (França); - Prêmios: Instituto Aspen (EUA), “La Madonnina” (Itália), de Literatura para o Conjunto de Obras (Fundação Cultural do Distrito Federal); Sir - "Cavaleiro Comandante do Império Britânico" (Rainha da Inglaterra); Educador do Ano (Sindicato dos Professores do Ensino Primário e Secundário (PE); Troféu Novo Mundo: "obras notáveis em Sociologia e História" (São Paulo); Troféu “Diários Associados” - maior distinção em Artes Plásticas; Prêmio “Jabuti” (Câmara Brasileira do Livro); Medalha “Biblioteca Nacional”.
20.07.1979: Faleceu no Rio, HAROLDO LOBO, onde nasceu (22.07.1910) numa família de músicos: o pai tocava flauta e violão, seu irmão era compositor e baterista. É considerado, ao lado de Braguinha e Lamartine Babo, um dos mais expressivos autores do repertório carnavalesco. Eis algumas obras: “Tristeza”, (com Niltinho); “Índio quer apito” (com Milton de Oliveira); “Alá-lá-ô” (com Nássara); “Pra seu governo” (com Milton de Oliveira); “Emília” (com Wilson Batista) e muitas outras, sempre com grande sucesso.
24.07.1899: Nasceu “ÍNDIO” (CÂNDIDO DAS NEVES), no Rio, onde faleceu (04/11/1934). Começou a se interessar pelo violão desde os 05 anos de idade; em 1922, gravou, cantando, “Saudades do sertão” e o fox-trot “Quadra de amor”, mas sua 1ª gravação de sucesso foi o tango “Noite Cheia de Estrelas”, gravado por Vicente Celestino. Suas letras, sempre muito extensas, cantavam a natureza duma forma romântica, muito apreciadas pelo público; Sempre fiel à modinha popular, compôs também valsas, serestas e tangos, algumas em parcerias famosas (Pixinguinha: “Fonte abandonada”, “Foi muamba”, “Página de dor” e tantas outras.
30.07.1906: Nasceu em Alegrete/RS, MÁRIO (de Miranda) QUINTANA, falecido em Porto Alegre (05.05.1994), “Poeta das coisas simples”. Com 20 anos de idade, teve seu conto, “A 7ª Personagem”, premiado em concurso do jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre. Em 1934 houve a publicação de uma tradução de sua autoria: “Palavras e Sangue”, de Giovanni Papini, dando início a uma série de tradução de obras de diversos escritores estrangeiros: Lin Yutang, Proust, Voltaire, Virginia Woolf, Maupassant, etc. 1º livro: “Espelho Mágico”; 1ª edição de seu livro “A Rua dos Cataventos” teve ótima repercussão e seus sonetos passaram a figurar em livros escolares e antologias. Seu famoso “Poeminha do Contra” Todos esses que aí estão /// Atravancando meu caminho, /// Eles passarão... /// Eu passarinho! (do livro “Prosa e Verso”) ainda faz grande sucesso, sendo bastante citado. Sua obra é extensa e de grande qualidade, tanto em prosa quanto em verso. Eis alguns dos seus pensamentos (aforismos) “O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro.”; “Se eu amo o meu semelhante? Sim. Mas onde encontrar o meu semelhante?”; “O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.”;"A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos".
30.07.1986: Faleceu (Luís da) CÂMARA CASCUDO, em Natal/RN, onde nasceu (30.12.1898). Foi historiador, folclorista, antropólogo, advogado e jornalista. Aos seis anos já sabia ler; estudou Latim durante 03 anos, em 1922, aprendeu a ler inglês, para acompanhar os viajantes pela África e Ásia. É dele a tradução comentada do livro “Travels in Brazil”, de Henry Koster, viajante inglês, obra das mais valiosas para o conhecimento e interpretação do Brasil, no início do século XIX. Foi professor de Direito Internacional Público, na Faculdade de Direito do Recife e de Etnologia Geral, na Faculdade de Filosofia, em Natal. Escreveu 31 livros e 09 plaquetas sobre o folclore brasileiro, em um total de 8.533 páginas. Ninguém no Brasil, nem antes nem depois dele, realizou obra tão gigantesca com reconhecimento nacional e internacional, publicando e vivendo distante dos centros Rio e São Paulo, numa época em que só havia comunicação pelo rádio e jornal. 1º livro: “Alma Patrícia” (aos 23 anos de idade), crítica literária (1921); último: “Superstição no Brasil” (1985); Suas memórias, “O tempo e eu” (1971) foram editadas postumamente. “História da alimentação no Brasil” ainda é uma referência importante. Dizia-se um “Provinciano incurável”, pois jamais quis deixar sua cidade de Natal. O Advogado, Professor, Presidente da Academia Norte-Riograndense de Letras, Escritor e Poeta Diógenes da Cunha Lima, escreveu o livro “Câmara Cascudo: Um Brasileiro Feliz”, em comemoração ao seu centenário de nascimento, mostrando bem a personalidade do natalense ilustre, pois o conheceu bem, convivendo diariamente com o grande Mestre. Informou também que haverá um “SARAUTERAPIA” extra, no próximo dia 22.07, 4ª feira, em homenagem ao poeta português FRANCISCO COIMBRA, que estará em nossa cidade no período de 18 a 25. Os vates locais estarão mostrando todo o talento e sensibilidade da poesia potiguar ao confrade lusitano, que apresentará trechos de sua obra, que pode ser visualizada no portal “Recanto das Letras” - recantodasletras.uol.com.br. Disse também que, no 1º Sarau de agosto, dia 05, 4ª feira, no mesmo horário, 18 às 21 horas, com entrada franca, haverá a 2ª palestra do ciclo que começou este mês, quando o Dr. Givaldo Soares apresentou “Um País e duas paixões: Futebol e Música”, com grande sucesso. Agora será a vez do Professor de História, LUIS EDUARDO SUASSUNA, mais conhecido nos cursinhos pré-vestibulares da cidade como "Prof. Coquinho". Ele tem mais de 30 anos de atuação em salas de aula em vários colégios e nos cursinhos pré-vestibulares de Natal. Ele abordará o tema HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DE NATAL, com a competência que lhe é peculiar. O CRO/RN convida a todos para esses eventos culturais!
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