segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

SOB O TRONCO CAÍDO DA SAUDADE DA AUTORIA DO POETA CLÁUDIO WAGNER

SOB O TRONCO CAÍDO DA SAUDADE 

(in memoriam ao Baobá do Poeta)


No Largo onde o verde cantava,

erguia-se o velhinho baobá,

braços grossos, copa ampla e brava,

guardiã da sombra e do ar.

Quantas promessas secretas

de quem por seus ramos quis passar.


Mas veio o rumor de perigo,

galho que cedeu, terra que chorou —

fungo no seio antigo,

eco triste que avisou:

“Perigo ao corpo, risco à vida”,

a voz da razão ordenou. 


E caíste, árvore irmã,

arrancados teus veios da rua,

Natal correu — mas nada há

que devolva tua alma nua.

Resta o tronco sob as cinzas:

memória que se aquieta e flutua.


Ó baobá de história antiga,

que guardaste segredos da gente,

sussurra agora, em voz amiga:

o concreto ergue — mas ausente.

Que toque o chão teu corpo imenso,

mas teu sonho viva em semente.


Claudio Wagner


#baobá #baobádopoeta @academias_de_letras_e_artes_rn 

#ecologia #poesiaévida


O baobá do poeta Diógenes da Cunha Lima - preservado com muito amor por esse, despediu-se do seu castelo de contos de fada, porém antes deixou sementes de inspiração na sensibilidade de poetas da terra de Poti.

O poeta Cláudio Wagner nesse adeus deixa registrado na lira do povo a sensibilidade da mais fina poesia cantada pela altiva árvore em nosso convívio. Ela já era da nossa família e da rotina daqueles que trafegavam pela Rua São José.

Permanecerá em nossa memória como o Baobá do Poeta. 

Jania Souza escreveu poema sobre suas raízes ancestrais intitulado África Somos Todos Nós, dedicado aos poetas Diógenes da Cunha Lima e Roberto Lima de Souza, publicado em seu livro Voo nas entrelinhas da liberdade pelo Selo Nave da Palavra-UBERN e Offset Editora, 2017, páginas 87-88.



Baobá do Poeta 
Voa em nossas inspirações
 Eterniza a seiva da poesia
Alimento da criação! 


Nenhum comentário: