Pássaros de inverno
Jania Souza
Os ipês
Desabrocham
Pelas ruas
Avenidas
Parques
Canteiros
Calçadas
Quintais...
Lá no morro.
Corações da cidade!
Não resisto
Ao convite das flores
Jogadas em buquês suaves
Dos galhos
Do Ipê
Lilases
Graciosas
Em cachos
De
Amor
Dei a volta no carro
Retornei
Ao encontro da alegria
Embaixo das flores
Jogadas dos galhos
Sorrindo aos céus
No solo
As pétalas
Formosas
Enfeitiçam
Enquanto meus pés
Saltitam num passo de dança
Irreverência completa
Na luz do sol frio
De Inverno
Eu, o Ipê, as flores
Pássaros de inverno
No meio da rua
Fazemos um rebuliço
Por instantes esquecidos
Das despedidas
Do banzo
E da melancolia do frio
As flores lilases
Fazem
Renascer a cada estação
A razão do viver.
Eis a dádiva da ressignificação
Pássaros de inverno
No frio morno da manhã
Com simplicidade
Aquecem tristes corações
Enquanto o vento indômito leva a
Saudade
No redemoinho das lembranças
Fotos de Victor Hugo
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