Formosura dos ipês
Jania Souza
Felizes as mãos semeadoras do amor
Por entre canteiros plantam ipês
Algarobas, mangueiras, flamboyants.
Sereias cantantes em mar avenida
Perfumam, embelezam com cores
E flores de maravilhoso esplendor.
De setembro a dezembro há desfile de copas
Numa disputa harmoniosa de encanto.
Florem os ipês como cascata de algodão
São amarelos, brancos, rosa, roxos. Azuis?
Balançam no ar com borboletas e abelhas
Delícia aos olhos sensíveis daqueles abertos
À poesia solfejada pelo vento sobre as flores
Vivazes, sapecas, sedutoras, ah, namoradeiras!
Ipês-amarelos, pau-d'arco, paratudo, craibeira
Suas flores ao chão são alimentos de doce aroma
Seu amarelo dourado é cura a passagem da visão
Pelo campo e nas cidades desse enorme Brasil
Pede licença entre carros, prédios e a poluição.
O coração palpita no encontro à alegria
Ao acordar lento do pesadelo pandemia
Refaz-se para a esperança clamada
Das copas coloridas dos ipês floridos.
A natureza resiliente diz ao homem
- Caminhe, já é outro dia, juntos vamos
plantar com nossas mãos novos tempos.
Suspire.
Nenhum comentário:
Postar um comentário