quarta-feira, 7 de outubro de 2020

PORTA-RETRATO, POEMA DE JANIA SOUZA

Porta-retrato


Jania Souza


Na sala aquecida a porta-retrato

O coração rema na saudade

Há um relógio de ponteiros

Colados

Resistente à passagem do tempo

Uma orquídea descansa no vaso

Seu sono empresta encanto

Aos jarros, vidros e bibelôs

Únicas companhias

De tudo que lhe restou.





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