sábado, 11 de janeiro de 2014

CADA UM, UM DIA QUALQUER POEMA DE JANIA SOUZA NA PÁG.40 DO CADERNO LITERÁRIO PRAGMATHA 52 COM OUTROS AUTORES

Cada um, um dia qualquer

Há, em cada dia, um certo quê de qualquer
um gosto de viver com total intensidade
cada aroma, cada olhar, cada toque compartilhado
cada segundo marcado nos ponteiros do sol
cada suspiro resvalado nos braços da chuva
cada sorriso debulhado do coração da terra.

Ah! Cada dia sempre é um dia qualquer
descompromissado, descasado, solteiro
leve, vadio, boêmio, poeta
com seus ais e manias
com suas loucuras e alegrias
com seus gritos e lamentos
inundando o peito de sua gente
a se vestir de sol, de chuva, de lua, de amor
a correr entre flores e espinhos
entre pedras e córregos nas avenidas da alma.

Um dia qualquer é a casa do artista
atento às menores esquisitices
que se soltam ao vento da vida
e fluem em romaria na descoberta dos segredos
que há nas entrelinhas de um dia qualquer.

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