quarta-feira, 7 de março de 2012

MULHER SEM FRONTEIRA

Ser Mulher
uma orgia de espasmos doridos sempre felizes

Guerreira vencedora esquecida das honras
sempre presente no comando da panela, da mesa, da bacia, do pente
dos lençóis amassados vergonhosos de carregarem segredos

Nina com carinho seu ventre rebento
com oração bendita do firmamento

Heroina do livro do livramento
esquece magoas, lamentos e a velha inimiga de fel no fundo da boca

esconde num belo sorriso seu grito libertario, libertino de onça acuada
enfrenta o palco em trajes de palhaço
salta o trapezio num pulo mortal
e abraça o recomeço ofertado na rosa carmim de seus labios
rachados, rugados, partidos, sangrados que sabem tanto beijar

Ser mulher
é ser um rosario de fé
crer e confiar nas promessas de esperança
de que um dia tudo há de mudar na canção nova que sussurra no ar
e sentir que a sensibilidade vencerá a materialidade com a lei da espiritualidade

Nesses tempos difíceis
muito dificeis
só esse ser tão frágil e tão resistente
com tamanha capacidade de amor
consegue fazer enfrentamento
com tanta garra, ternura e vigor.

Homenagem de Jania Souza as mulheres, essas valorosas guerreiras, que escrevem as páginas da Historia Humana.

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