quarta-feira, 19 de julho de 2023

A DEGENERAÇÃO DA ARTE - EXPOSICÃO NA PINACOTECA DO RN

 

Artistas visuais Alfredo Neves, João Andrade e Aluísio Azevedo expõem suas obras na Pinacoteca do RN sob a curadoria de Margot Marie 



Acervo em mostra




Pinacoteca RN - Palácio do Potengi sede do Governo do Estado, atualmente casa da arte - museu






A DEGENERAÇÃO DA ARTE

  Algo se renova, gera e degenera no trabalho de Alfredo Neves, Aluísio Azevedo e João Andrade. Os artistas seguem no encalço ao diferente e ao novo, enquanto descumprem códigos narrativos, buscam, persistem na tentativa, ato ou efeito de subversão aos conceitos (sempre desafiáveis) da Arte. Aqui, retratam, de maneira particular, intuitiva, as realidades de um mundo em decomposição, em refazimento estético.
         Neves narra a degeneração do eu, em suas telas de cores fortes, pinceladas do expressionismo abstrato, apuro de um fazer artístico consistente, com técnicas de gotejamento ou pintura de ação, pintura do campo de cor, papier collé e texturização.
          Seus abstratos representam uma psiquê em busca de autoconhecimento, mas ao mesmo tempo fragmentada em linguagem onírica, tão discutida hoje em dia, linguagem de mistérios e de inquietações, que reforça a insistente investigação do autoconhecimento. (Quem sou eu?!) 
          Azevedo Júnior apresenta uma obra mais engajada, socialmente, com fortes traços de protesto social. Suas telas refletem a degradação urbana, como denúncia, em imagens que transitam do cinético ao imobilismo. 
          O desenho sempre foi sua base de experimentação, campo crivado de traços e riscos, para o espraiar seus óleos e cores abundantes. O artista retrata as pessoas, gente que observa no mundo, pretos, originários, refugiados, pobres em situação de rua, vulneráveis. Para ele, a miséria e a fome não são aceitáveis, nem meros detalhes do cenário urbano ou rural. A indignação de Aluísio se manifesta em cores e traços marcantes.
          Andrade, por sua vez, transita pela degeneração da alma e dos sentimentos, utilizando materiais recicláveis e técnicas mistas sobre telas. Nesta exposição, ele mostra um recorte de sua série "O mal que habita em mim".
          Com a técnica do alto-relevo, principalmente, da face humana, seu trabalho evidencia a dor, o ciúme, a raiva, a inveja, ou seja, as muitas sombras e sobras que temos em nós. Algo que, costumeiramente, negamos ou escondemos. O artista dá a cara, expõe a alma. O artista não esconde; ele nos revela, em cores e formas; ao se autoexorcizar, exorciza todos nós.
          Na exposição A degeneração da arte, o espectador terá um encontro com três exposições de três artistas, e poderá dialogar, de forma sensível, com as questões humanas, as questões sociais, sobretudo, com a Arte, elemento transformador do sujeito e do espaço-tempo em que vive. 
          Neves, Azevedo e Andrade (Coletivo Dandara) revozeiam, neste encontro, a ideia de contradizer “o bom, o belo e o verdadeiro”, em desconstrução da ideia do harmônico, do perfeito, do puro, enfatizando possibilidades complexas, antagônicas, confusas dos seres e de suas organizações.
  Eis o convite para que todos, todas e cada pessoa se encontrem com a realidade sensível do seu próprio mundo, a partir das lentes e cores de A degeneração da arte.

Margot Marie 
& Coletivo Dandara
julho de 2023 


Contatos 
Margot Marie – 84 98839-9748
Alfredo Neves – 84 99953-4413
Aluísio Azevedo Jr. 84 99636-2020
João Andrade – 84 98854-3512

Local: Pinacoteca do Estado
Praça 7 de Setembro. Centro. Natal-RN
Período: de 18 a 31 de julho de 2023




Fotos fornecidas pela Curadoria da Exposição da autoria de Chico José (03) e busto de Alfredo Neves


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