Av. 25 de Setembro, nº 1728, Caixa Postal nº 1167.Maputo
(Centro Cultural Brasil-Moçambique)
Telefone:*+258 82 27 17 645 e +258 84 57 78 511
*Blog:* kuphaluxa.blogspot.com
Telefone:*+258 82 27 17 645 e +258 84 57 78 511
*Blog:* kuphaluxa.blogspot.com
Parabenizamos o I Festival Literário da Matola a realizar-se em 23 de outubro em Moçambique organizado pelo Movimento Literário Kuphaluxa.
Ao mesmo tempo agradecemos o convite e informamos a impossibilidade de participação nesse momento.
Desejamos muito sucesso à organização e participantes.
Aqui da cidade de Natal no estado do Rio Grande do Norte, Brasil enviamos o abraço poético dos irmãos potiguares
Deuses
do Potengi
Jania Souza
No sol do entardecer, Tupã
rubi cetro indomável
galopa a larga saia azul
angelical
e doura o irrequieto
berço Potiguar.
Pássaros em sinfonia cortejam
a noite
tímida menina vestida em
nostalgia.
Cantos de amor à inquieta e
bela Jaci
ciciam do sepulcro adormecido
sob capim e claras chananas
(incertas malvas ou talvez
açucenas)
a recobrir os morros
vermelhos
e as alvas dunas de grãos de
areia
- corcundas no berço da
imensidão do rio –
são sábias cabaças envelhecidas
guardiãs das remotas
tradições esquecidas
esconderijos de antiga
alquimia
espelhos do sortilégio da
cabala judia.
Frutos suculentos e
afrodisíacos
como cajus, mangas, mangabas,
pitangas
pétalas da flor da maracujina
dão a pitada da sedução
nas curvilíneas e sedosas
formas
das sereias do mágico
Potengi.
Manancial dos siris,
goiamuns, querubins
heroicamente defendido pelos
corpos nus
cobertos por jenipapo e urucu
dos belos deuses pagãos,
dionísicos
a infestar a verde mata
Atlântica.
Entre mangues e abundância de
pau-brasil
flutuam gazelas potiguares
feito Cupido.
Vencem no passo da ema tapuia
as distâncias que separam as
tribos
sempre obedientes a
Potiguaçu.
Cajueiros, goiabeiras,
sapotizeiros.
Penas lustrosas, multicores:
dos papagaios, das araras,
bem-te-vi
escondidos nos braços da
jurema
ataviam arcos, flechas,
tacapes
colares, pulsos, tornozelos e
orelhas
dos bravos e honrados gentios.
Lindas cunhans com seus
vistosos
lisos, lustrosos, negros
cabelos
pura pluma da graúna
com cheiro de campo, jasmim e
alecrim
reluzem como a madrugada
ao unir seus corações a
bravos guerreiros
em danças e cantos felizes na
Aldeia Velha
em torno da grande fogueira
onde camarões em profusão
cozinham
num grande caldeirão de
argila
com sal e cheiro verde
colhidos do rio
para saciar a fome de
alimento
pois de cultura a alma está
cheia!
Fonte: Fórum Íntimo, poemas, ed. 2009, Editora Alcance/RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário