SOB O TRONCO CAÍDO DA SAUDADE
(in memoriam ao Baobá do Poeta)
No Largo onde o verde cantava,
erguia-se o velhinho baobá,
braços grossos, copa ampla e brava,
guardiã da sombra e do ar.
Quantas promessas secretas
de quem por seus ramos quis passar.
Mas veio o rumor de perigo,
galho que cedeu, terra que chorou —
fungo no seio antigo,
eco triste que avisou:
“Perigo ao corpo, risco à vida”,
a voz da razão ordenou.
E caíste, árvore irmã,
arrancados teus veios da rua,
Natal correu — mas nada há
que devolva tua alma nua.
Resta o tronco sob as cinzas:
memória que se aquieta e flutua.
Ó baobá de história antiga,
que guardaste segredos da gente,
sussurra agora, em voz amiga:
o concreto ergue — mas ausente.
Que toque o chão teu corpo imenso,
mas teu sonho viva em semente.
Claudio Wagner
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#ecologia #poesiaévida
O baobá do poeta Diógenes da Cunha Lima - preservado com muito amor por esse, despediu-se do seu castelo de contos de fada, porém antes deixou sementes de inspiração na sensibilidade de poetas da terra de Poti.
O poeta Cláudio Wagner nesse adeus deixa registrado na lira do povo a sensibilidade da mais fina poesia cantada pela altiva árvore em nosso convívio. Ela já era da nossa família e da rotina daqueles que trafegavam pela Rua São José.
Permanecerá em nossa memória como o Baobá do Poeta.
Jania Souza escreveu poema sobre suas raízes ancestrais intitulado África Somos Todos Nós, dedicado aos poetas Diógenes da Cunha Lima e Roberto Lima de Souza, publicado em seu livro Voo nas entrelinhas da liberdade pelo Selo Nave da Palavra-UBERN e Offset Editora, 2017, páginas 87-88.
A Arquidiocese de Natal convida a todos para a missa jubilar em ação de graças pelos 70 anos de ordenação sacerdotal do Monsenhor Agnelo. A celebração acontecerá no próximo *dia 9, às 16h30, na Catedral Antiga.*
Ao longo de sua trajetória, Monsenhor Agnelo atuou como Vigário Geral no governo pastoral de quatro arcebispos metropolitanos — Dom Nivaldo Monte, Dom Alair Vilar, Dom Heitor de Araújo Sales e Dom Matias Patrício — além de ter exercido a função de Ecônomo da Arquidiocese e diversos cargos administrativos e formativos.
Reconhecido como um dos grandes intelectuais do estado, foi um dos fundadores dos cursos de Psicologia e Filosofia da UFRN, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento acadêmico do Rio Grande do Norte. No Seminário Arquidiocesano de São Pedro, desempenhou papéis fundamentais, como Diretor de Estudos, Vice-Reitor e responsável pela formação espiritual dos seminaristas.
Sua atuação também marcou a comunicação católica potiguar: Monsenhor Agnelo foi o primeiro diretor da Rádio Rural de Natal, consolidando sua missão evangelizadora por meio dos meios de comunicação.
Como pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, liderou a maior obra de restauração já realizada no estado, devolvendo à Catedral Antiga sua significância histórica e arquitetônica — hoje reconhecida como uma das igrejas mais importantes do Brasil em preservação patrimonial.
A missa jubilar será um momento de ação de graças por seu legado pastoral, intelectual e humano.
Participe!
